Curso de Apoiadores da PNH 2013-14

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Documentário: Sicko – SOS Saúde

 

O filme mostra de forma clara como a vida humana é desrespeitada, especificamente nos EUA. Traz uma retrospectiva histórica evidenciando o início em 1972, no governo Nixon, da falência do sistema público de saúde americano; a negociação da saúde e banalização da vida tomou corpo nessa época através de negociações feitas com empresas privadas que tinham como objetivo o lucro em detrimento da saúde da pessoa credenciada (receber muito e fazer pouco); as equipes médicas dos planos de saúde tinham um percentual de recusa a cumprir, agraciados com bônus os que atingiam maior número de recusas. A evidência das recusas nos atendimentos de urgências/emergências, tratamentos quimioterápicos, cirurgias oncológicas, etc., deixa claro a mercantilização da saúde. Vários depoimentos de funcionários de diversos níveis de responsabilidade mostram a realidade e o estresse psicológico a que eles foram, ou são, submetidos, alguns solicitaram desligamento das empresas.

O sistema americano de saúde e/ou aposentadoria escraviza os funcionários; as pessoas são obrigadas a trabalhar aos 79 anos, por exemplo, por não poder pagar os medicamentos que utiliza. Observamos no filme que, desde a juventude, os americanos assumem dívidas que os mantêm reféns do sistema. Estão sempre esperando o melhor acontecer, a vida melhorar. Em detrimento disso, presos têm tratamento médico de alto nível.

Em contrapartida, constatamos que Canadá, França e Grã-Bretanha possuem o Sistema Nacional de Saúde, gratuito, que atende a população e ao trabalhador com qualidade e eficácia. O relato de um médico da família mostra a valorização e o respeito à vida humana; o médico recebe um bônus por metas alcançadas, só que estas metas são relacionadas a tratamentos bem sucedidos. Até mesmo Cuba tem um sistema de saúde efetivo e eficaz para a população. País comunista, com sérios problemas no governo, mas mantém o cuidado à saúde e educação.

O que nos leva a pensar como os seres humanos podem se submeter à corrupção, decidir quem vai viver e quem deve morrer, decidir quanto vale uma vida humana. A riqueza concentrada em uma pequena parte da população, enquanto que a pobreza assola a grande maioria. Em um dos depoimentos, ouvimos que para um governo é mais interessante manter a população com medo e desesperançada, pois um povo que tem educação e saúde é mais difícil de controlar. Acredito que seja, mesmo, por esse viés. A ignorância mantém a população refén de quem detém o poder.

Sandra Villar, 20/01/2014