Resumo do texto Serafim
No texto Análise do trabalho em saúde nos referenciais da humanização e do trabalho como relação de serviço, o autor propõe uma discussão do trabalho em saúde, com base na construção de eixos metodológicos, princípios da Política Nacional de Humanização e concepção de trabalho como atividade e relação de serviço, tendo como foco os trabalhadores como sujeitos no contexto do processo de trabalho e as relações estabelecidas no/ com o processo de trabalho. A partir destes referenciais, que vem subsidiar a prática de análises coletivas de trabalho, a participação ativa e crítica desses trabalhadores surgem como a necessidade de se engajar e dar respostas as demandas institucionais, ampliando a sua capacidade de análise e de intervenção.Portanto, a PNH enquanto política pública, através de seus princípios e diretrizes, norteia a prática coletiva de trabalho, nos sentidos da cogestão e redes de compromissos em torno dos direitos dos usuários e valorização dos trabalhadores.
Partindo desse entendimento, nomeia a metodologia de tríplice inclusão e propõe essencialmente transformações nas relações sociais que envolvem usuários, trabalhadores e gestores em sua experiência cotidiana de interação e nas formas de produzir e prestar serviços.
Na concepção de apoio-intervenção, a PNH possibilita a análise coletiva das práticas, do grau de implicações, fluxos de saberes, poderes, ações na perspectiva de trabalho como atividade, ou seja, a percepção da relação entre o que está sendo proposto e o trabalho real. O trabalho como relação de serviço – valor do trabalho no sentido de produzir transformações na vida dos sujeitos, em suas condições de atividade, prestação de serviços de qualidade, enfim um espaço de trabalho co construído pelos atores, gestor de seu próprio fazer (fazendo-aprendendo, aprendendo-fazendo).Assim, as mudanças nas práticas de saúde, nas relações e subjetividades possibilitam estabelecer vínculo e parâmetros avaliativos, tendo como alvo essencial os trabalhadores como protagonistas, numa permanente construção de autonomia e cor responsabilização com intervenções para transformação da realidade e de si mesmos. A PNH vem fomentar a construção de coletivos e redes trabalho-afetivas, pactuação, relações de força que propiciam uma análise coletiva de trabalho não de forma fragmentada da realidade, mas a exploração de indicadores/analisadores que revelam os pontos de ruptura e também os modos de conexões e estratégias. Numa perspectiva mais ampla das análises de trabalho, quando se torna indispensável à cooperação entre os sujeitos, a qualidade da comunicação e informação condutas e posturas são revistas e (re) pactuadas, ao mesmo tempo em que sustentam essas conexões.Na perspectiva da PNH,esse cenário se constitui em um campo de lutas sociais no trabalho e ponto de partida para a análise-intervenção, sempre exigindo o diálogo institucional entre as perspectivas micro e macro da organização e gestão do trabalho para a construção de uma nova ética de organização do trabalho, superando o enfoque centrado em produtividade e promovendo o “bem estar” no trabalho. A finalidade do trabalho em saúde, como relação de serviço deve assumir um papel estratégico nesse desafio ético-político e metodológico, tendo como eixo central o processo de trabalho e abordagem das questões no campo de análise coletivo do próprio trabalho.
Nessa perspectiva da análise do trabalho, os referenciais da indissociabilidade entre atenção e gestão e da transversalidade têm importância estratégica. O trabalhador assume uma posição de observador/investigador de seu próprio trabalho, processo de pesquisa-intervenção.
Como já referido acima, A PNH como política pública e a ser fortalecida nos princípios do SUS investe no campo avaliativo partindo-se da seguinte premissa: apropriação da prática de analisar e avaliar, não somente busca de resultados, mas a busca de um método, padrões/parâmetros indicadores que revelam se os projetos estão acontecendo e a repercussão para os usuários, trabalhadores, gestores e instituição.