Comentário do texto: PAIDÉIA

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PAIDÉIA E A GESTÃO: INDICAÇÕES METODOLÓGICAS SOBRE O APOIO
     Gastão Wagner Souza Campos

A palavra PAIDÉIA tem origem na Grécia antiga, querendo traduzir o “ensinar à crianças”, num conceito mais pedagógico, o que se manteve ao longo dos séculos como ponto de partida para a história da educação.
O texto nos apresenta PAIDÉIA como um modelo de gerir idéias e projetos de forma participativa e democrática. Tudo se resume em, de uma forma carismática, transformar realidades que incomodam com o apoio de todos os envolvidos e de maneira interativa.
“É um processo social e subjetivo em que as pessoas ampliam a sua capacidade de buscar informações, de interpretá-las, buscando compreender-se a si mesmos, aos outros e ao contexto, aumentando, em conseqüência a possibilidade de agir sobre as relações”
Para isto é necessário que o apoiador possua no contexto do seu espírito de liderança, a capacidade de ouvir, compreender, empatizar, apoiar, deliberar, conciliar e conduzir com imparcialidade os possíveis conflitos que venham a surgir. Além disso, é primordial que ele tenha consciência do verdadeiro papel do líder que é o de mediador e não de condutor do processo.
No efeito PAIDÉIA há três formas básicas para agir: as práticas sociais, a política e a gestão de coletivos organizados, sendo que há uma interdependência entre estas três esferas.
Para evitar a guerra de posição atua-se com uma política de movimento, na qual, todos os interessados estão envolvidos de forma equitativa oportunizando a expressão de conflitos e ao mesmo tempo construindo contratos e compromissos entre os diversos atores. Quando falamos todos, estão inclusos os usuários e seus familiares, os trabalhadores da saúde de um modo geral, gestores e colaboradores, com ou sem função de coordenação. De uma forma geral, todos os que fazem parte do processo e que estão direta ou indiretamente no foco a ser trabalhado.
Radicaliza-se a construção da cidadania e de sociedades democráticas através de um processo de inclusão nas discussões, decisões e no fazer. Desperta talentos, oportuniza crescimento pessoal e profissional enquanto que trabalhando em equipe se aprende a lidar com o poder, com a circulação de afetos e com o saber compartilhado. No final, todos estão exercendo uma fatia da gestão.
Listemos de forma resumida alguns recursos metodológicos apontados pelo autor:
– Construir Rodas – Criando espaços coletivos e propiciando a interação intersujeitos.
– Incluir as relações de poder, de afeto e a circulação de conhecimentos
– Trazer para o trabalho de coordenação, planejamento, supervisão e avaliação a lógica da tríplice finalidade das organizações.
– Trabalhar com a metodologia dialética que traga ofertas externas o que ao mesmo tempo valorize as demandas do grupo.
– Apoiar o grupo tanto para construir objetos de investimento, quanto para compor compromissos e contratos com outros.
– Pensar e fazer junto com as pessoas e não em lugar delas.
– Ampliar os espaços onde se aplica o método.
– Autorizar os grupos a exercer a crítica-generosa e a desejar mudança.
– Autorizar-se a ser agente direto e não somente apoiador de equipes.
Percebe-se, desta forma que o apoiador é um como todos, que dirige e é dirigido, apóia e é apoiado ao tempo em que comanda e é comandado.

MARIA VERONICA MARINHO DE OLIVEIRA