Semana Nacional de Humanização reúne vários olhares em roda de conversa no Ministério da Saúde-DF
Nessa quarta-feira(9), como parte da programação da Semana Nacional de Humanização na Tenda HumanizaSUS, a Roda de Conversa com o tema: Direito à saúde e humanização: "Avanços e limites das políticas de redes de atenção."
Várias áreas do ministério participaram, o debate foi rico e proporcionou a discussão sobre vários pontos de vista diferentes.
“As pessoas acham que o deficiente é uma vida inválida, improdutiva, e isso não é verdade. Do mesmo modo, quando observamos o sistema prisional, vemos que o preso passa por outras grades, que são o atendimento na saúde. Vamos mudar isso quando sairmos do assistencialismo e adotar um modelo mais autônomo,” pontuou a coordenadora geral de saúde da pessoa com deficiência, Vera Mendes.
“A PNH tem produzido muito. Semana passada ficamos cantando a música de cortejo de vocês. Esse espaço de roda é muito importante para entendermos e discutirmos que urgência na saúde não deve ser só falada mas também feita” afirmou a analista técnica de políticas sociais, Bárbara Zwetsch.
"A PNH é muito importante para a construção de todas as redes. A rede de atenção deve adotar um modelo de cuidado, e isso só se constitui a partir de gestores, trabalhadores e também com a inclusão da população. Temos mais espaços operacional e poucas discussões, essa proposta da PNH é muito boa porque promove isso," disse o representante da SAS/MS, Luís Carlos Casarim.
“A consulta de dois minutos é tão paga quanto a que atende, e é humanizada condicionamos que a pessoa não tenha uma boa ambiência e o problema é continuo. Poder contar com as politicas de humanização é extremamente importante. Considerando que a simples chegada do SUS nas prisões será o maior feito do SUS na história. Precisamos mudar o sistema da saúde prisional que hoje pode ser comparado a realidade dos porões de navios negreiros em suas tantas dificuldades," afirmou o médico e apoiador do DAPES, Francisco Job.
“A implementação das redes é um desafio muito grande. A corrupção deve ser combatida! Infelizmente no Brasil inverte-se mais em políticas assistencialistas do que no SUS. O desafio da saúde pública vai além da redes,” disse o conselheiro, Antônio José Barbosa.
“É preciso pensar nos atos de violência que nós produzimos ás vezes fazendo a própria saúde!”, afirmou a apoiadora da PNH, Jimeny Santos.
“O CTA é chamado quando tem pessoas morrendo. É preciso levar informação e cuidado nos presídios e para as populações vulneráveis,” disse a assistente social, Maria do Socorro da Silva.
“Esse espaço permite que saíamos da análise sincrônica. Pensar quem são os alvos das políticas públicas. Precisamos tratar nossas miopias e passar a enxergar as várias populações e movimentos. Existe uma violência institucional. A sociedade e a justiça hoje criminaliza não o ato mais sim a pessoa, de acordo com o sua condição social. ”É difícil fazer saúde indígena. É difícil fazer saúde como um todo. Ter a PNH envolvida com saúde indígena é muito importante, e não só para o usuário mas também para o trabalhador,” afirmou o coordenador da PNH, Gustavo Nunes de Oliveira.
“Estamos em uma sociedade que acha que o estupro é normal. Que acha que bandido bom é bandido preso em poste, que acha normal pessoas serem arrastadas em carro de polícia. Se permanecermos em nossa zona de conforto não haverá mudança!”, concluiu o representante da SAS, Luís Carlos Casarim.