Grande Terapia Comunitária como espaço de Construção de Redes Afetivas – Uma experiência da UBS Dr Augusto L.A.Galvão

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A UBS Dr º Augusto L. A. Galvão fundada no ano de 1956, situada no território da Freguesia do Ò /Brasilândia, Zona Norte São Paulo /SP, iniciou em 2011 o Projeto da Terapia Comunitária com ações complementares na Rede de Assistência à Saúde do SUS, mantendo desde então este espaço como alívio ao sofrimento causado por conflitos emocionais e familiares.
Realizou em 10 de abril de 2014 uma Grande Terapia Comunitária como espaço de Construção de Redes Afetivas nestes 10 anos de HumanizaSUS. Marlene Santos Alves,  Leila Valéria de Souza Belline ,Thaina Greco,Elenice Emerenciano,terapeutas comunitárias  entre outros colaboradores desta unidade juntamente com Tânia Mosciatti, aceitaram o convite da Gestora local Valeria Terezinha Bosco e Vaini Souza (interlocutora do GTH na UBS), para durante a semana de humanização realizarem este grande desafio. Nossa ideia inicial diz a gestora local era reunir trabalhadores, e usuários usando um mote curinga:
O que é saúde?
Pensamos em realizar uma grande terapia porque ao contrário das terapias tradicionais, centradas no indivíduo, a terapia comunitária também pretende melhorar as relações sociais dentro da comunidade. O olhar que a nossa comunidade tem sobre a sua própria condição de saúde é algo significativo, a nosso ver dentro   da proposta de produção de saúde  nesta semana de Humanização.
Em depoimento a usuária S.V.S a respeito do que é saúde   relata: “Eu era uma pessoa muito tímida, muito desconfiada, daí eu fui vindo, fui vindo, até que eu consegui falar com a Marlene e com alguns agentes.  Hoje eu consigo falar com todo mundo, aquela desconfiança saiu. Tenho mais confiança nas pessoas. Tomo os remédios direitinho que o Drº Kit manda, fiquei mais calma, já consigo me controlar, ta sendo bom…”.
Para outros atores ter saúde em seus relatos  teve significado  na realização daquilo que me deixa feliz!
“Segundo Adalberto Barreto médico, psiquiatra e criador da metodologia, a terapia comunitária nada mais é do que um espaço de acolhimento e tratamento do sofrimento do cotidiano antes que vire doença”.
A idéia, menciona as terapeutas da UBS Drº Augusto L.A. Galvão não é substituir a psicoterapia nem a prática médica e sim trazer algo mais. Nosso grupo é composto por: oito trabalhadores: três terapeutas, um co-terapeuta, e quatro colaboradores, com encontros semanais realizados todas as quintas feiras com duração  de duas horas. Frequentemente passam neste grupo em média vinte pessoas.
Contudo menciona Elenice de Souza Emerenciano, agente comunitária e Co-terapêuta: “A terapia comunitária tem mudado vidas”. O acolhimento, o respeito às diferenças, a troca de vivências tem nos levado a crescer como uma família. Não existe receita, para que a terapia tenha resultados transformadores é necessário comprometimento e reflexão sempre, sobre as nossas atitudes e decisões.
Nossa pergunta em cada reunião é:
“Eu sou o que eu quero ser ou o que os outros querem que eu seja”?
Finalizando este dia Thainá Greco terapeuta comunitária e integrante do NASF (Núcleo de apoio da saúde da família menciona: “O que eu acho lindo na terapia comunitária é que se faz com o uso de uma tecnologia simples, que cada sujeito tem em “posse” que é linguagem e a fala. Vejo a terapia comunitária como a arte de narrar histórias e aprender com elas”.

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