PROJETO DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE – Territorialização
PROJETO DE INTERVENÇÃO EM SAÚDE – Territorialização
1. Introdução
1.1. Apresentação
Esta intervenção foi realizada durante o Internato de Saúde Coletiva do Curso de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, desenvolvida pelos doutorandos Daniel Vinicius Rodrigues Pinto, Laissa Wane Cavalcante Rebouças, Lígia Alves Barreto da Costa do 9º período, realizada na Unidade Básica de Saúde Vilar, no município de Macaíba/Rio Grande do Norte (RN), coordenado pela profª. Ana Tania Lopes Sampaio, sob a tutoria da Profª Lyane Ramalho, preceptoria do médico Dr. Eider Saraiva e da Enfermeira Isabelle Albuquerque e a dentista Anna Leprincia.
1.2. Contexto da UBS
Unidade Básica de Saúde do Vilar – Macaíba/RN
Equipe:
• 1 Enfermeira: Isabelle
• 1 Médico: Eider
• 1 Dentista: Anna Leprincia
• 1 Técnico em enfermagem: Flaise
• 1 Técnico em saúde bucal: Hellena
• 1 Auxiliar em serviços gerais: Elainie
• 3 Agentes comunitários de saúde: Tásia, Rita e Lúcia
Horário de funcionamento:
Segunda a quinta: 08:00h-12:00h e 14:00-16:00h
Sexta manhã: 08:00h-12:00h
A unidade possui 2289 PACIENTES ADSCRITOS (CADASTRADOS) e cada agente é responsável por:
• 735 pessoas
• 774 pessoas
• 780 pessoas
1.2 Justificativa
Durante o processo de vivências em Macaíba, percebemos que a maior problemática girava em torno da grande demanda de pessoas para a UBS Vilar. Idealmente, 1 Equipe da ESF deve ser responsável por 3000 pessoas (máx: 4000 e mín: 2000). A UBS Vilar, possuindo apenas 3 ACS, consegue adscrever 2289 pessoas (sobrecarregando os ACS), não conseguindo cadastrar uma grande parte da área de responsabilidade da UBS.
Diante da futura abertura de uma nova unidade no bairro, ficou clara a necessidade de se realizar um levantamento do número de pessoas residentes na área adstrita para redistribuição da população entre a equipe nova e a já existente.
O processo da territorialização envolve conhecer como as pessoas e adoecem e quais são os determinantes de saúde no território, compreender as necessidades e potencialidades reais, já que ela serve como elemento de planejamento e construção de um modelo adequado a realidade local, além de gerar vínculo com a equipe e a comunidade, incentivando a participação popular.
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivos Gerais
• Promover a territorialização da área adstrita em busca de facilitar o acesso da população à saúde.
1.3.2. Objetivos Específicos
• Realizar um levantamento do nº de moradores residentes na área.
• Redistribuí-los entre as duas UBS e avaliar o nº de ACS necessários para adscrever toda a população.
• Reduzir a grande demanda da UBS Vilar, “desafogando” a unidade e os profissionais e facilitando o acesso do usuário.
2. Metodologia
Durante uma semana, os doutorandos foram em todas as casas da área adstrita em busca do número de moradores, utilizando uma ficha específica para coleta dos dados, com auxilio de 2 ACS disponibilizados pela Secretaria de Saúde de Macaíba-RN para realizar o levantamento de moradores da área.
Ficha utilizada:
Equipamentos sociais identificados:
3. Resultados
Após a coleta de dados, chegamos aos resultados de moradores das áreas adscrita: 2289 e não adscrita: 1834. No total temos então 4123 pessoas na área.
Divisão proposta – a nova UBS abrangerá:
1. Da Rua Piauí até Rua Paraíba + Rua Luís Varela entre elas (rua da nova UBS)
2. Da Rua Rio Grande do Norte até Rua São Paulo + Rua Luís Varela entre elas.
3. Da Rua Espírito Santo até Rua Mossoró
Serão necessários novos 6 ACS, 3 ACS para a UBS Loteamento Esperança, 3 ACS para a UBS Vilar e ficarão 690 pessoas em média de responsabilidade de cada ACS.
Diversos problemas foram encontrados na execução do projeto, como o não cadastramento dos usuários pela ficha do E-SUS, o que se pretendia inicialmente. O fato de Macaíba ser uma cidade dormitório e possuir muitas casas vazias (114 casas) atrapalha na contagem final de moradores, o elevado número de novas casas da Caixa Econômica ainda não habitadas e os moradores do condomínio de luxo preferem não se cadastrar.
Outro problema importante identificado durante a intervenção foi o número de prontuários avulsos na unidade (4487 prontuários), que entra em discrepância com o número encontrado durante o levantamento (1834).
Temos que o levantamento realizado foi apenas o passo inicial para o processo de territorialização. Os próximos passos incluem a Redistribuição de casas e famílias, a realização dos cadastros pela ficha do E-SUS pelos novos ACS e a identificação dos pacientes que são atendidos na UBS mas não são da sua área de responsabilidade (não adstritos).
4. Conclusão
Concluímos que este trabalho foi o primeiro passo de um grande processo para a implantação de uma nova UBS, que promoverá melhor acesso dos usuários ao sistema de saúde, devendo ser continuado através de um compromisso da gestão e dos profissionais das UBS em consolidá-lo.
Consideramos de suma importância a experiência de reconhecer uma área até então pouco vista pela saúde e pela gestão e poder iniciar o processo de geração de vínculos entre a população e as equipes, dando o primeiro passo para sua inserção na ESF.
Nossos agradecimentos especiais à Dr. Eider, Enfa Isabelle, dentista Anna, ACS Tásia e Dra Lyane, que sempre estiveram dispostos a nos ajudar.
Gostaríamos de parabenizá-los pelo compromisso com a saúde e enfatizar o quão foram importantes para o nosso aprendizado.
Por Ana Tania
Parabéns doutorandos Daniel Vinicius Rodrigues Pinto, Laissa Wane Cavalcante Rebouças, Lígia Alves Barreto da Costa, preceptores Eider e Isabelle, tutora Lyane Ramalho. Brilhante intervenção no território da saúde. Vocês realizaram um processo vivo de mapeamento importantíssimo para a implantação da nova UBS. Como coordenadora do Internato em Saúde Coletiva ficamos muito orgulhosa da formação médica de qualidade e humanescente da UFRN.