“Gosto do que faço como pessoa, profissional e militante.” Motivada, a assistente social, relata sua história, fala de sua experiência no SUS e de seus sonhos!
Natural de São Luís- MA, Silvia Cristina Leite, 56 anos, trabalha no SUS a 16 e sua primeira experiência foi no Centro de Saúde Quebra Pote, zona rural de São Luís, no Distrito Sanitá-rio Tirirical, onde atuou por cinco anos. Silvia nasceu prema-tura, com 7 meses de vida, no 7º mês do ano de 1957, e considera que o número sete é uma constante em sua vida.
Atualmente, trabalha no Hospi-tal e Maternidade Marly Sarney e no Hospital Dr. Clementino Moura, na capital do estado. Sua rotina é corrida e seus horários. alternados entre os dois postos de trabalho e os estudos. Pós-graduada em Sociologia, e recentemente aprovada no curso de Educação na Saúde Para Preceptores do SUS, no Hospital Sírio Libanês , Sílvia sempre busca formação contínua e novos horizontes.
A assistente social conheceu a
PNH em 2007, e destaca a importância da humanização para o fomento das grupalidades, dos coletivos e redes.
“Aplico as diretrizes da PNH em meu trabalho, estudando a política, compartilhando conhecimento, articulando ações nos coletivos, integrando com outros técnicos, ampliando os vínculos, isso me ajuda na construção da consciência de que o SUS pode dar cer-to,” acrescenta.
Silvia se nega a pagar plano de saúde, e relata sua experiência. “Sou usuária do SUS, e funcioná-ria. Plano de saúde é caro e não cobre as despesas que o SUS dis-ponibiliza. Existem muitos desafios, mas, sonho em ver os princípios do SUS respeitados e exerci-dos na instituição onde trabalho,” conta.
Em sua trajetória no SUS, a assistente social guarda muitas histórias e carrega consigo lembranças marcantes, em especial, o encontro que teve quando era diretora do Centro de Saúde Quebra Pote na zona da Ilha de São Luís em 1990. Durante uma visita domiciliar, conheceu um idoso de 70 anos, hipertenso, solitário, negligenciado pelo filho, passando fome e sujo. A vizinhança sabia da situação, mas tinha medo de de-nunciar, pois aos fins de semana usava a aposentaria do pai para realizar festas e reunir os amigos.
“Providenciamos recursos para compra de alimentação, roupas e calçados. Comunicamos a Promotoria do Idoso que agendou de imediato audiência e os outros filhos foram localizados. Toda a equipe de cuidado considerou que o segundo filho seria o melhor cuidador do pai . Em uma semana, a aparência daquele idoso era outra. Trabalhando no hospital de urgência e emergência três anos depois, encontrei o filho que o negligenciava internado e paraplégico, vítima de acidente. O reconheci e fiquei tocada”! De lá pra cá, a apoiadora da PNH já se envolveu em várias questões de direito e cidadania com articulações interinstitucionais em prol da criança, adolescente, mulher e pessoa idosa. “Gosto do que faço, ter a Saúde como campo de atuação é muito gratificante pelo aprendizado diário e criação de vínculos,” acrescenta.
Em 2013, Silvia foi eleita como membro do Conselho Estadual da Mulher, como representante da sociedade civil. De sorriso fácil, com uma vasta experiência na saúde, muitas histórias para contar, Silvia tem ainda um caminho de luta e conquistas a seguir…
Faço parte do SUS que dá certo
Desde a metade de 2012, o informativo da PNH faz uma coluna chamada Faço parte do SUS que dá certo, disponível também na Rede HumanizaSUS. Todo o conteúdo produzido será transformado em posts da Rede, o que amplia a divulgação do trabalho e da história de vida de quem contribui para a humanização do SUS. A cada edição, é possível conhecer trabalhadores, gestores e usuários do SUS que contribuem para o SUS que dá certo. E são os leitores que sugerem quem vai ser entrevistado a cada edição! Portanto, se você conhece alguém que trabalha no SUS, é usuário ou gestor e faz a diferença no SUS, conte pra gente! Envie um e-mail para [email protected], com as informações do seu indicado e seus contatos.