Do SUS que temos ao SUS que queremos – o cuidado em redes

Lindo registro! belo e potente encontro!

Muito lindo poder tantas dimensões humanas colocadas em roda em nome do SUS que queremos!

Viva a mobilização social! Viva a pluralidade humana!

Gratidão é o meu sentimento pelas pessoas e falas nesta roda de conversa Axé!

Falar do SUS dentro dos espaços religiosos de matriz africana é com certeza falar de nossas tradições, pois acolhemos a cada um que chega, individualmente, olhando as necessidades desta pessoa, sem restrições nas suas necessidades, sabendo que cada um é único em suas dores e questionamentos.
Não modificamos, ou colocamos regras para que possamos atende-lo, assim como os objetivos do SUS, integralidade, equidade é fundamental nas nossas tradições, pois acreditamos nisto e vivenciamos esta forma de cuidar o tempo todo em nossos espaços.
E por conta disto que é fundamental poder dividir estes pensamentos em nossos espaços e melhorar cada vez mais o diálogo entre o SUS e nós usuários que estamos nestes espaços religiosos. Porque muitas vezes estas pessoas que necessitam de cuidados em sua saúde, veem em nossos espaços se consultar para saberem se realmente precisam ir aos postos de saúde ou aos hospitais públicos. Veem porque se sentem acolhidos em suas dores e precisam de confirmação se devem ir ao sistema de saúde. Isto é um grande avanço para nós, pois como acreditamos no SUS e confiamos que é muito bom tê-lo, mas necessitamos melhora-lo cada vez mais. Encaminhamos os nossos adeptos, simpatizantes aos cuidados do SUS sabendo que suas necessidades quanto a sua saúde precisam de cuidados, mas também sabemos que até estes cuidados serem sanados, eles passarão por situações que os deixarão exaustos e desacreditados no sistema, mas ainda assim acreditamos neste nosso sistema, pois em muito outros lugares não se tem este cuidado, foi uma luta e conquista do nosso povo e como tal necessitamos monitorar a sua melhora.
Associar o SUS com os saberes da educação popular em saúde é para nós o grande desafio, pois sabemos que nossas praticas sozinha não consegue dar conta da saúde como um todo de um indivíduo, por isto acreditamos nesta parceria.
Acredito que fazermos estas conversas em nossos espaços e aprender sobre nossas simbologias e forma de cuidar, auxiliara para a concretização de um SUS mais qualificado em parcerias com os saberes e práticas complementares, auxiliando em novas formas de diálogos para um bem maior do ser humano.
Nesta roda de conversa tivemos depoimentos de êxito nesta parceria e também de descuido e descaso no cuidado com o paciente, mas acredito que no geral tivemos um avanço no diálogo para a formação de novos caminhos para o sus que queremos efetivo e ativo em nosso país.

 Iyalorixá Cristina d’Osun

Que relato lindo Iza! A costura entre as imagens e as suas palavras são um verdadeiro poema!

Lamento não poder ter comparecido ao encontro, soube dele depois que já havia acontecido, mas anotei a data do próximo.

Suas palavras, juntamente com as palavras do comentário da Iyalorixá Cristina, revelam que não só os princípios da PNH estão presentes na prática desses grupos, como também os princípios constitucionais de defesa da vida e do bem-estar do cidadão. O Brasil, enquanto Estado Democrático de Direitos, tem por princípios fundamentais (artigo 1º da Constituição Federal): 

I – a soberania;

II – a cidadania

III – a dignidade da pessoa humana;

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.

E foi exatamente esses princípios materializados em ações de saúde que enxerguei no relato de vocês. Lindo e emocionante para uma advogada idealista que defende a concretização desses ideais!

Beijos,

Débora