O uso de psicofármacos no campo da saúde mental
Muito se tem debatido acerca do tema Medicalização e Uso de Psicofármacos, e após pesquisa foi possível encontrar diversos textos que abarcam o assunto e trazem críticas pertinentes ao campo da saúde mental.
A banalização dos psicofármacos evidenciou-se na contemporaneidade, no qual a felicidade é vendida em embalagens plastificadas e coloridas, com rótulo vermelho ou preto, que são fortemente reforçadas pela sociedade capitalista que lhe impõem o modelo de normalidade, que busca transformá-los em indivíduos domesticados para consumir e aprisionar no padrão pré-estabelecido. Reduzimo-nos ao neurobiológico, deixamos de ser indivíduos biopsicossociais e tornamo-nos bipolares, depressivos, neuróticos, e outros. E, para transtornos/doenças, medicam-se remédios.
O problema reside na prescrição indiscriminada e precoce de medicamentos para soluções rápidas de patologias ou de sentimentos que por nós são vistos como “ruins” e esquecemo-nos de que faz parte do processo natural do homo sapiens, de sentir e viver.E quando o remédio torna-se ou produz o problema? Ora, sua principal função é solucionar os males que ameaçam nosso organismo a nível psico-biológico. Estamos marcados constantemente pela terrível ideia do adoecer, o que consequentemente ocasiona o uso abusivo de medicamentos.
O DSM teve um papel importante ao tornar a linguagem referente à classificação dos transtornos mentais consensuais, a princípio nos Estados Unidos e, por consequente, em outros países. No decorrer dos tempos ocorreram mudanças, pertinentes ao contexto histórico e transformações sociais, termos foram modificados ou retirados e diversas patologias pertinentes aos comportamentos foram acrescidas.
Os conflitos fundamentam-se no fato de comportamentos até então tido como “normais” tornarem-se patológicos e, por conseguinte, ser necessário o uso de psicofármacos. Nesse ínterim, questiona-se sobre o lobby da indústria farmacêutica que tem interesse nesse processo por ter um aumento na demanda do uso de medicações; há uma preocupação dos profissionais que trabalham com enfoque na Saúde Mental, em relação ao limite de enquadramento de comportamentos sendo anormal ou desviante, ocasionando assim, um aumento exacerbado no que é considerado transtorno.
De acordo com (Martins, 1999) citado por (Burkle, 2009) qualquer sinal de dor é vista como ultrajante e, portanto, devendo ser aniquilado; qualquer diferença em relação a um ideal é vista como um desvio, um distanciamento maior, e insuportável, da perfeição colimada, devendo ser 'corrigida'.
Para ler o texto na integra acesse o portal (En)Cena – A Saúde Mental em Movimento.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
haverá a transmissão hoje, a partir das dez horas, do II Simpósio Baiano sobre a Medicalização da Educação e da Sociedade.
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