Serafim Barbosa no texto “Análise do trabalho em saúde nos referenciais da humanização e do trabalho como relação de serviço”, apresenta uma análise da concepção do trabalho a partir de três eixos analíticos baseados na política Nacional de Humanização (PNH). Tem como foco o trabalhador e as relações estabelecidas no e a partir dos processos de trabalho com o objetivo de proporcionar a inclusão da prática da análise coletiva do trabalho, estimular a participação dos trabalhadores enquanto protagonistas dessa análise e consequentemente mobilizar nestes o protagonismo para a análise e intervenção nos processos de trabalho (tendo-o enquanto uma perspectiva ampliada de sua finalidade) possibilitando a partir disso um fomento à corresponsabilidade, uma possível mudança nas práticas no cotidiano do trabalho, nas relações e nos sujeitos.
Tendo como cenário a contradição entre a proposta democrática e participativa do Sistema Único de Saúde (SUS) e a realidade que dificulta o protagonismo dos trabalhadores neste cenário, o texto mostra a contribuição da análise-intervenção à luz da PNH através dos referenciais da indissociabilidade entre a atenção e gestão, da transversalidade, cogestão e produção de inclusão surge como uma proposta, sobretudo, de fortalecer as diretrizes do próprio SUS, além de ajudar a deslocar o papel do trabalhador/tarefeiro para um trabalhador que pode participar ativamente da construção do próprio processo do trabalho, que pensa, toma decisões e o (re) inventa.
