CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA

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CURSO DE FORMAÇÃO DE APOIADORES DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DO SUS DE ALAGOAS  

Módulo VI

Nome do aluno: Tânia de Alcântara Moura Vilela.

Vínculo: UPA DR. David Disraeli Torres / Viçosa – AL

Tutora: Gilvânia Gomes

   A Clínica Ampliada e Compartilhada trata-se de uma ferramenta que propõe uma nova forma de articular e incluir os diferentes enfoques e disciplinas que permeiam o contexto da saúde das pessoas, quer seja no plano hospitalar, na Atenção Básica ou na urgência e emergência. Uma ferramenta que não se limita a visão estereotipada por alguns profissionais da saúde aos seus usuários, quando identificada grande frequência aos serviços os reduzem a  “poliqueixosos”. Uma prática que é fruto de uma metodologia tradicional de intervenção com Clínica reduzida e Limitada e que não valoriza o contexto da vida do usuário.

     A Clínica Ampliada traz uma nova forma de atuar baseada no ouvir além da queixa da doença, do incomodo. Um ouvir sobre os aspectos sociais e econômicos que vive o usuário do serviço de saúde, considerando o que cada indivíduo, mesmo portador de patologias clínicas similares, traz de diferente em sua história.

   Clínica compartilhada porque o processo para ter sucesso, requer a junção de saberes, onde todos os profissionais de saúde precisarão se debruçar de forma ampliada e não fragmentada sobre a história apresentada, buscando cada vez mais avaliar suas ações e os resultados obtidos, se satisfatórios ou insatisfatórios, de forma que, a procura pelos serviços de saúde pelos usuários seja acolhida não como entorvo, mas como a busca por um local onde existem profissionais capazes de cuidar do adoecimento de forma integral, considerando todos os vieses capazes de adoecer um ser humano, ou seja: desemprego, stress, situação de vulnerabilidade, moradia, dentre outros.

   Neste caminhar, ao fazer a abordagem, poderá o profissional lançar mão da anamnese conforme a metodologia tradicional, reinventando-se na valorização da importância da fala do usuário, dando espaço para que este exponha o contexto que o cerca e que com certeza foi fator preponderante para o adoecimento.

  Atuando dessa forma, o profissional da saúde terá também mais prazer em realizar seu trabalho, que deixará de ser mecânico e passará a ser mais humanizado e integrado com seus colegas de equipe e com o foco de sua ação, o usuário. Sendo o profissional da saúde, dotado desta postura, um facilitador ao possibilitar transformar o portador da patologia em agente capaz de interferir de forma positiva no seu processo de adoecimento, que muitas vezes pode está relacionada ao contexto socioeconômico em que está inserido, transformando-o de “poliqueixoso” em um ser detentor de maior autonomia e capaz de lidar com as dificuldades da vida de forma mais produtiva. Assim, todos trilharão por um caminho que favorecerá aos envolvidos  melhor qualidade de vida, menos adoecimento e melhores resultados nos indicadores de saúde.  

                         Tânia de Alcântara Moura Vilela.

                           Coordenadora de Acolhimento

                                         CRESS 827