Participação social: um dos princípios da política de humanização
Desde o nascimento, todos ganham com o aporte da humanização
No Brasil, quase todos os nascimentos acontecem em hospitais, com atendimento por médico, enfermeiro ou obstetriz. Contudo, ainda não se pode comemorar: há mais intervenções do que o necessário, mulheres e bebês continuam sofrendo com complicações e a taxa de mortalidade materna permanece elevada no país.
Nesse contexto, a humanização da assistência ao parto representa oportunidade ímpar para aprofundar os preceitos da Política Nacional de Humanização (PNH), em especial na Rede Cegonha. A Rede prevê o funcionamento de fóruns regionais com a participação da sociedade, para que esta contribua para a implantação do programa e acompanhe seu funcionamento.
Nos fóruns da Rede Cegonha, as usuárias do sistema de saúde podem colaborar com a sua visão a respeito do atendimento. Assim, por exemplo, em um serviço que diz permitir a presença de acompanhante no parto, as mulheres podem confirmar tal dado ou, pelo contrário, atestar que esse direito só é exercido parcialmente, seja por restrições quanto ao sexo do acompanhante, seja por limitação da sua presença apenas ao momento do nascimento.
Lei do acompanhante: visões diferentes sobre nível de implementação coexistem
A participação social não deve ser encarada como força opositora à gestão ou aos trabalhadores da saúde. Ao dar voz às mulheres, o sistema permite evidenciar situações complexas que os indicadores tradicionais não dão conta de expressar. Favorece-se, ainda, a quebra de hierarquias que muitas vezes pautam uma assistência pouco embasada em evidências, organizada de acordo com interesses de instituições e profissionais, em detrimento da saúde física e emocional da mulher e do bebê.
Especificamente na assistência ao parto, uma vez que a universalidade já foi atingida, o controle social constitui mecanismo fundamental para garantir o cuidado de qualidade, buscando-se, agora, a efetivação da equidade e da integralidade.
Por fabiobhalves
Olá Denise.
O tema do controle social já é um legado que o SUS deixa pra sociedade brasileira.
Como poderíamos fortalecer este debate, garantir e produzir mobilização a partir dos fóruns da Rede Cegonha?
Saudações de Fábio BH Alves e até a VITÓRIA!!! (Coordenador da PNH)