Progressos na inibição da Conduta Discriminatória
Telmo Kiguel
Médico Psiquiatra
Psicoterapeuta
Os últimos dias marcaram um avanço nas idéias publicadas sobre a conduta discriminatória.
Principalmente no sentido/entendimento que apresentamos aqui no blog.
Que são as mesmas do Projeto Discriminação que desenvolvemos, anos atrás, na Associação Brasileira de Psiquiatria.
Lillian Thuram, ex-jogador de futebol francês em entrevista na Globo, disse.
…”desde cedo se ensine às crianças que haverá, sim, pessoas que as julgarão pela cor da pele, mas que o problema está nessas pessoas”.
Ele não especificou qual o problema.
Muitos são da opinião que o “problema” é emocional.
Javier Miranda, Diretor Nacional de Direitos Humanos da República do Uruguai, em entrevista ao Sul21.
Ao comentar sobre preconceitos, discriminações, condutas discriminatórias:
“Precisamos diminuir a pressão penal”.
“Crer que tudo se resolve com legislação penal não é um avanço”.
“A violência e o crime têm outras raízes que não se combatem exclusivamente com legislação penal”
“Não vamos derrotar o preconceito com criminalização”.
“Esse pensamento conduz à criminalização do que não é criminalizável: os afetos, as identidades e as individualidades”.
Se a conduta discriminatória é um problema emocional.
Se ela causa sofrimento emocional nos discriminados.
A Psiquiatria e a Psicologia devem se apropriar do estudo desse comportamento.
E criar outra instância inibitória desta conduta causadora de sofrimento humano.
E não esperar que a legislacão penal substitua, p. ex., a medicina preventiva.
E por último o belo artigo “Conduta discriminatória”, Zero Hora, 5/4/14.
Escrito pelo colega e parceiro em muitos eventos e congressos.
Luiz Carlos Mabilde, psiquiatra e psicanalista.
Onde se alia às idéias expostas acima e também defende a origem emocional desta conduta escrevendo:
“Encará-la como produto do preconceito associado a um distúrbio mental seria, além do enquadramento penal, outra forma de inibi-la”.
Depois de dez anos de “militância” na questão das discriminacões.
Acompanhando episódios de discriminação, publicações científicas e leigas.
Participando de vários eventos sobre o tema e sua divulgação na imprensa.
Como organizador ou como convidado em congressos.
Em outras apresentando nossas idéias para algumas prefeituras.
Nesse tempo de dedicação ao assunto, não tinha visto tamanho progresso publicado na nossa imprensa.
Reproduzido do blog Saúde Publica(da) ou não.
Data do original: 05/04/2014