Vejo flores pelos caminhos do SUS!
Já faz um tempo que vivi uma experiência especial neste dia a dia do SUS no Médio Vale do Itajaí.
https://redehumanizasus.net/86204-imagens-do-sus-itinerante-em-timbo-de-25-a-29-08-2014
Há muitos modos de se relatar uma vivência e de tantas possibilidades escolhi um caminho…, sei bem que não é o único e acredito nos novos caminhos que se abriram a partir daqui…
Segui para Timbó com o objetivo de participar da roda de conversa parte da programação da Mostra Itinerante "Imagens do SUS" organizada pela equipe do NASF e promovida pela Secretaria Municipal da Saúde de Timbó em parceria com o Comitê Regional de Humanização do Médio Vale do Itajaí.
Já no trajeto me deparei com um caminho repleto de flores apesar do tempo de inverno… flores de inverno das quais quero contar um pouco para vocês…
A doenças, as tragédias no campo da saúde podem se assemelhar ao inverno, estação fria, onde a vida adormece, onde a natureza hiberna para outros tempos de primavera…
Mas nem sempre a primavera acontece depois de uma tragédia na vida, para que aconteça é preciso cultivá-la, é preciso ver as flores nos caminhos do inverno.
E assim começa a história de Jeferson, Rafael e Roger … tres vidas mudadas por acidentes de transito, mas que usaram o inverno para hibernar para poderem viver as primaveras que estão por vir!
Dramas pessoais que receberam apoio de familiares e de profissionais de saúde no SUS e que por isso surgem hoje como flores a alegrar o inverno da vida!
Quero aqui fazer coro com estes homens corajosos que seguem suas vidas vencendo os desafios que se colocam pelo caminho, luta pela saúde é a palavra de ordem! Neste dia além destes depoimentos emocionantes, vi profissionais de saúde comprometidos com seu trabalho não só no cuidado, mas na possibilidade de criarem uma solução frente as adversidades, seguirem acreditando no Sistema de saúde público e de qualidade, onde desejo de fazer melhor, inclusão dos sujeitos, relações horizontais de trabalho… humanização fazem a diferença e muitas vezes constituem-se a solução em si.
Seja no trabalho da universidade, onde um professor dedicado, alunos igualmente desejosos de fazer diferença criam um projeto de inclusão social pela superação de limitações físicas, com criatividade e atitudes que são verdadeiras revoluções nas vidas de crianças com necessidades especiais:
Seja também no trabalho e sensibilidade de uma equipe de Saúde da família representada pelo relato da fonoaudióloga que vai além de seu papel técnico em promover exercícios de fala… vai no caminho da cidadania, da inclusão…
Mas de tudo isso o que ficou para mim foi a possibilidade de ver as flores de inverno, aquelas que brotam de longo período de hibernação e colorem a vida quando se é capaz de ver esperança na adversidade.
Vi o Jeferson voltando para sua música, com uma mãe sorridente, vi um Rafael grata a seu irmão pelo colo que lhe deu durante um ano de sua vida, mas que agora tornou-se autônomo e tem planos para modificar a condição de vida de outros, vi um Roger voltando ao trabalho com a mesma esperança de formar jovens na área de informática que tinha antes de tudo isso acontecer…
Tudo isto não sem apoio de equipes de saúde pública, que asseguraram a estes homens acesso, cuidado integral e apoio.
Ainda preciso falar da surpresa de ver um usuário da unidade sentir-se convidado a habitar aquela roda pelo simples fato de sentir se acolhido no espaço, sentir se grato pelo cuidado que recebe da equipe de saúde do município.
Poderia seguir falando da inclusão do ponto de vista da acessibilidade no SUS de Timbó, mas em breve este será um novo relato… nada acabou por aqui, muitas outras ações estão por vir… assim como a águia se renova para seguir na vida sigo pelos caminhos do SUS vivendo as emoções e renovando as esperanças!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Queridíssima Pat,
Sendo fã número um de teu modo dedicado de cuidar, por ter experimentado recentemente o que pode um corpo quando objeto de afetos e cuidados amorosos, leio o teu post com todo o carinho.
E nele identifico a consistência da humanização que a PNH coloca como uma dádiva para aqueles que com ela topam no meio do caminho dos cuidados em saúde hoje.
um grande beijo,
Iza