Dia do voluntariado: uma pintura viva na vida hospitalar
Conheça o trabalho do grupo Pintura Viva, que semanalmente traz alegria ao Hospital de Urgências de Anápolis
Quem faz parte de uma corporação por mera vontade e sem interesses financeiros. Esse é um dos conceitos encontrado no dicionário para o que vem a ser um voluntário. Falando de uma maneira ainda mais simples: Voluntários são aqueles que não recebem nenhum tipo de remuneração pelo trabalho exercido, porque optam doá-lo àqueles que não podem pagar por ele.
Certamente, por ser essa uma atividade tão nobre, que em 1985 a Organização das Nações Unidas instituiu o dia 5 de dezembro como Dia Internacional do Voluntário. E há muito que se comemorar!
O Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo Ibope, conta com o trabalho de cerca de 35 milhões de voluntários. E essa prática generosa também alcança nossa cidade e entorno nos seus inúmeros movimentos, laicos e religiosos, que objetivam algo em comum: a promoção humana, buscando garantir e atender as contingências sociais a partir de ações de interesse social e comunitário.
Visitar a orfanatos para levar alegria e diversão às crianças. Aulas de reforço a alunos de escolas públicas. Organização de campanhas para arrecadar materiais necessários a quem não tem condição de compra-los. Recolhimento do lixo em áreas ambientais visando sua preservação. Esses são alguns dos muitos trabalhos realizados por voluntários em todo o mundo e incluindo aqui, que pode ter várias motivações como a retribuição por algo recebido, ocupação de um tempo livre ou a contribuição para melhorar o mundo.
“Podemos transformar muitas vidas com gestos simples!”, esse entendimento colocado pela estudante do curso de Direito Jéssica Feltrin, 19, mostra que pela pouca idade, já entende muito.
A estudante, desde a infância teve interesse pelas causas sociais. “Quando estava no ensino primário, participava dos projetos sociais oferecidos pela escola e, depois, nos que eram desenvolvidos pelos grupos de jovens na igreja, mas ocorriam geralmente em datas comemorativas e eu desejava algo mais constante”, relata.
Já na faculdade, Jéssica soube de uma capacitação que aconteceria para pessoas que quisessem se agregar a uma Organização Não Governamental (ONG) que realizava visitas a pacientes internados em hospitais da cidade. Ela fez o curso e participou ativamente das visitas por um ano.
“Todos que desejavam ingressar nessa ONG tinham que fazer um curso com um custo e que acontecia somente uma vez a cada semestre, com isso, o número de membros foi diminuindo e a Organização acabou sendo desativada na cidade”, mas a jovem queria dar continuidade ao trabalho com que, mais que se identificava, já se considerava apaixonada. Foi então que decidiu fundar a sua própria ONG.
“Junto com outras pessoas que também desejavam a continuidade do projeto, montamos o Grupo Pintura Viva, onde basta apenas a vontade de ajudar o próximo e comprometimento com a causa para os interessados poderem participar”, explica Jéssica.
O grupo, ativo há quase um ano, conta com a participação de 40 membros, dentre estudantes e profissionais, que realizam três visitas semanalmente. “Às quintas-feiras visitamos os pacientes internados no Hospital de Urgências de Anápolis (HUAna), às sextas, no período da noite, as visitas são feitas às crianças órfãs do Instituto Cristão Evangélico e aos domingos pela manhã, novamente no HUAna”, contabiliza a fundadora.
Jéssica conta que o nome escolhido para o grupo tem um sentido abstrato. “Nós voluntários somos como folhas em branco, livres de preconceitos e os pacientes e crianças pintam suas historias em nós, com isso as confortamos, tentando ajuda-las de alguma forma.”, conclui.
Texto: Carol Evangelista