A inclusão das diferenças e a construção de um saber: a experiência da disciplina “Psicologia e SUS”
Este post tem como objetivo compartilhar a experiência vivenciada pelos residentes de Psicologia da Residência Multiprofissional em Saúde do Adulto e Idoso do HU/UFAL, sobre a disciplina Psicologia e SUS ministrada pela professora e tutora Cristina Camelo. No intuito de que tal disciplina pudesse produzir reflexões acerca da prática vivenciada por cada residente nos seus diferentes locais de atuação (clínicas cirúrgica e médica, ambulatórios e Unidade Básica de Saúde), bem como articulá-la às políticas de saúde, a professora Cristina convidou o professor Sérgio Aragaki, consultor da Política Nacional de Humanização aqui no estado de Alagoas, para que ministrasse algumas aulas.
A experiência de estar discutindo com os colegas de profissão e com uma referência no que diz respeito à Política de Humanização, nos possibilitou um maior aprofundamento sobre o método e respectivos dispositivos da PNH. Um dos primeiros aprendizados foi que a PNH deve ser sempre uma oferta e não algo a ser imposto. Deste modo, deve estar sempre atrelada à inclusão de todos os sujeitos e ao modelo da co-gestão, ou seja, a uma gestão compartilhada.
À medida que íamos discutindo, as questões eram transpostas para as dificuldades do trabalho em equipe na Residência, para as experiências práticas com os grupos de usuários, nos permitindo diversas reflexões sobre os nossos próprios processos de trabalho. Para tanto, chegamos a refletir sobre o método da Roda e as armadilhas que encontramos no cotidiano do serviço ao acharmos, muitas vezes, que ao dispormos um grupo em circulo estamos praticando o método da inclusão das diferenças.
Ao passo que fomos compreendendo que a humanização se trata de um novo modo de fazer saúde, e que, portanto, está relacionado aos processos de trabalho e não à produção de sujeitos mais humanizados, nos deparamos com as experiências reais existentes em várias partes do país sobre o SUS que dá certo. O professor Sérgio nos apresentou diversos espaços onde ocorrem discussões atuais sobre os desafios do trabalho no SUS, mas principalmente, espaços de compartilhamento e divulgação das experiências bem sucedidas, visto que, muitas vezes, estas são negligenciadas pela mídia.
Através da disciplina e da contribuição do professor Sérgio, nos foi possível conhecer a Rede HumanizaSUS, experiências de outras localidades como a do Hospital Odilon Behrens em Belo Horizonte, o programa do Espasus produzido pela TVT, a participação na reunião da Câmara Técnica de Humanização de Alagoas, e acima de tudo, nos foi dada a oportunidade de compartilhar, através da Rede HumanizaSUS, o nosso trabalho enquanto residentes e, assim, contribuir com a divulgação do que está sendo produzido aqui no estado de Alagoas.
A experiência da disciplina possibilitou colocar em prática o método da PNH, à medida que, os próprios encontros em sala de aula eram norteados pelos princípios da política e eram sempre um exercício para que pensássemos mais além do que está posto e naturalizado, problematizando a nossa prática enquanto profissionais da Psicologia incluídos em uma equipe multidisciplinar e inseridos na realidade do cotidiano dos serviços de saúde.
Por Fabíola Brandão
Olá carol,
muito bom ler seu relato. Pude participar da disciplina e lembro que pensava, o quanto podemos olhar a situação de um modo diferente, o quanto a prática nos leva a ser mecanicista e a partir das aulas podíamos refletir sobre o que fazíamos e repensar nossas práticas.
A disciplina finalizou, mas que sigamos com o que aprendemos "um novo modo de fazer saúde", como você colocou muito bem!
beijos.