EMPATIA: Quero Olhar Pelo Seu Olhar
Uma palavra muito usada mas por vezes pouco exercitada ou percebida. Chama-se empatia. Uma definição técnica para ela seria Empatia: capacidade psicológica para sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. Tentar compreender sentimentos e emoções que sente outro indivíduo. É como se fosse um exercício mental que afronta com o impossível pois, literalmente, não tenho como estar no lugar do outro.
Mas isso não me impede de produzir uma fusão entre afeto e razão e, a semelhança de um ator que incorpora um personagem, ser tomado por um turbilhão de emoções e questionamentos para tentar entender porque o outro pensa ou age de determinada forma. O que é sentir uma dor contínua nas costas? Como me sentiria se soubesse que meu pai tem uma semana de vida? Como receberia o diagnóstico de que sou portador de câncer de pâncreas? Tentar colocar-me no lugar do outro tornar-me-ia capaz de qualificar meus vínculos humanos e, no limite, até absorver reações agressivas ou estabelecer parcerias sólidas em projetos terapêuticos?
Mas o dia a dia apresenta desafios que nos deixam presos ao próprio umbigo. A sabedoria popular insistentemente alerta-nos: “Cada um por si e Deus por todos.” E assim parece que grande parte das pessoas vai meio que construindo uma percepção inóspita do mundo e dos outros seres humanos. Isso não é mera coincidência pois parte da realidade reflete isso.
O problema é quando essa atmosfera invade serviços onde a comunicação entre as pessoas é fundamental como mediadora de processos de trabalho. E aqui falo mais especificamente dos serviços de saúde. Empatia não é um mero instrumento de trabalho de psicólogo mas uma capacidade que todos nós devemos desenvolver.
Quando vemos as pessoas agindo tendemos a fazer julgamentos apressados de seu comportamento, como se soubéssemos de tudo o que se passa naquela vida, mesmo que seja uma pessoa estranha. E normalmente são julgamentos imprecisos, de cunho moralista e crítico. Mas, se de fato pudéssemos adentrar o mundo subjetivo daquela pessoa, será que nosso julgamento não mudaria?
Assista a esse vídeo. Ele com certeza irá sensibilizar você. Creio que ele seja extremamente útil em serviços de saúde onde ocorra muitos atritos entre trabalhadores e pacientes, ou mesmo trabalhadores entre si. Sabemos que as filas são grandes e que as jornadas de trabalho podem ser exaustivas mas um dos passos decisivos para superar esses problemas é tentar se colocar no lugar do outro e compreender suas razões, mesmo que você não concorde com elas.
Por patrinutri
Junto com a empatia, lembrei de duas palavras que penso que deveriam nos acompanhar para formar este complexo estar ao lado: solidariedade e ética. Não aquele modo de estar piegas que acha se superior ao outro e com capacidade de ajudar, mas esta capacidade de colocar se a serviço do outro, estar ao lado ou simplesmente estar de verdade seja de que modo e para que for. Falo de ética no lugar do moralismo, do pré julgamento, do pre conceito.
Tenho falado sobre isso com profissionais de saúde que apressam-se em julgar com suas valores, suas histórias de vida e não encher os momentos de sentimentos éticos e afetuosos no sentido de deixar afetar se pelo sentimento do outro.
Este trabalho na saúde tem muitos desafios técnicos, mas com certeza este desafio de lidar com seus próprios sentimentos frente o sentimento dos outros é o maior deles.
Lindo vídeo! Obrigada por compartilhar!
Bjs Pat