Pesquisas realizadas na RHS

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Primeiramente, a tese de doutorado da Lilian Weber, que foi um presente para (o) “nós”, com uma narrativa generosa e sensível, a qual demonstra conexões nem sempre óbvias na experimentação. O texto por si só é atravessado por momentos de potência coletiva, jeitos de estar em rede, sentidos e significados inusitados, outros, seguindo uma estética e ética da vida. "PRODUZIR(-NOS) ponto COM: A constituição do coletivo “Rede HumanizaSUS” e a produção cooperativa". Link do perfil dela, com os posts relacionados: https://redehumanizasus.net/usuario/lilianComo não é possível anexar o pdf, vale buscá-la no banco de teses.

Coloco o Resumo aqui: "Qual a produção possível a partir das conexões entre trabalhadores participantes de uma rede social na internet? Esta foi a questão norteadora desta tese que teve como objetivo apreender tais conexões e analisar suas possibilidades enquanto veículo de produção cooperativa do trabalho e de si em contexto de trabalho imaterial. A rede escolhida foi a Rede HumanizaSUS (RHS), um blog coletivo vinculado às propostas da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do Sistema Único de Saúde (PNH). A RHS constitui-se como uma rede de cooperação e articulação da inteligência coletiva, reunindo trabalhadores, gestores ou não, usuários e demais interessados no tema da saúde. Acompanhei esta Rede em um percurso cartográfico, método que consiste no mapeamento de territórios psicossociais, seguindo as linhas de força que os constituem. Atenta aos processos que compõem a subjetividade e que se passam entre os estados instituídos, a cartografia busca abarcar a complexidade da vida, resistindo às tendências reducionistas de métodos simplificadores. Este processo teve início em uma leitura flutuante, de reconhecimento dos temas, dos participantes, das tendências, dos desvios etc. A partir daí, estabeleci dois movimentos. O primeiro consistiu na alteração da forma de ler. Menos desprendida do que no primeiro momento, esta foi realizada com a lupa do objetivo de pesquisa. Neste movimento, percorri todos os posts que figuraram na página principal da RHS desde seu início, em fevereiro de 2008, a julho de 2011. O segundo movimento consistiu no esquadrinhamento dos 630 posts publicados na página principal da RHS no ano de 2010. Estes dois movimentos possibilitaram a constatação da produção cooperativa que se evidenciou em dois planos complementares. O primeiro plano contempla a produção dos serviços de saúde, envolvendo os elementos que favorecem a realização do trabalho com relação aos conhecimentos, às experiências e aos modos de colocar o saber em prática, abrangendo comunicação, criatividade e afeto, aspectos típicos do trabalho imaterial. O segundo plano enfoca a produção do coletivo a partir dos laços estabelecidos na Rede, das interações favorecidas pelas tecnologias da informação e comunicação que produzem outros modos de subjetivação. Estes planos são sustentados em pontos de adensamento nas conexões, os nós da Rede, compreendidos mais pela sua força na composição de sentidos do que por uma rigidez. A partir de tais nós, encontrei a possibilidade de produção coletiva na Rede. Mais ainda, me deparei com a produção coletiva de um coletivo produtor, contrastando com o modo indivíduo valorizado contemporaneamente. Na RHS são estabelecidas novas relações com as práticas de saúde e com outros trabalhadores, afetando os sentidos atribuídos ao trabalho-vida, demonstrando potência do encontro na esfera online para produzir saúde, saudavelmente, reforçando as conquistas mas também reconhecendo os desafios. Palavras-chave: cooperação produtiva; coletivo de trabalho; redes sociais; humanização em saúde."

 

Outro texto, trata-se de uma dissertação de mestrado, de Erica Lima Costa de Menezes da UNB, que da mesma forma sensível conseguiu identificar os pontos quentes na rhs. Dessa vez, o olhar foi sobre “O QUE DÁ CERTO NO SUS QUE DÁ CERTO? Histórias de Inovação na Produção da Saúde na Atenção Básica Presentes na Rede HumanizaSUS” que se refere ao apoio e matriciamento em rede. Perfil da Érica: https://redehumanizasus.net/usuario/ericalcm

Resumo: "A Atenção Básica é hoje desenvolvida no Brasil independente do modelo de organização, em todo território nacional. Invenções, reinvenções e inovações são desenvolvidas nos quatro cantos do país. Novas formas de produzir o cuidado são experimentadas, legitimadas e descartadas a todo o momento. Uma rica produção de conhecimento existe e coexiste com todo o quadro de tentativa de qualificação das ações de saúde. Esta dissertação tem como objetivo discutir a inovação nas formas de produzir saúde na atenção básica a partir das experiências relatadas por trabalhadores, gestores e apoiadores integrantes da Rede HumanizaSUS, uma rede colaborativo-social online, parte das estratégias da Política Nacional de Humanização. Em outras palavras, seria perguntar o que dá certo no SUS que dácerto? Considerou-se inovação toda prática que se proponha a produzir novas formas de fazer saúde comprometidas com a defesa da vida e ampliação da autonomia dos sujeitos individuais e coletivos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa mediada por computador que utiliza o software ALCESTE para análise dos dados coletados. O material coletado foi dividido em dois corpus: experiências e comentários. Os resultados demonstraram na primeira etapa de análise, no corpus das experiências, a existência de 2 eixos temáticos. O primeiro eixo, “Inovações na organização do processo de trabalho”, é composto por três classes temáticas: Classe 1 – As tecnologias de apoio e valorização do trabalhador: apoio institucional, apoio matricial e o método da roda, Classe 2 – Práticas integrativas e complementares em saúde e protagonismo popular e classe 4: Acolhimento. O segundo eixo, “Inovações na produção do cuidado”, é composto pela Classe 3 – Clínica ampliada, Classe 5 – Ambiência: os “territórios” de encontros do SUS – um lugar para chamar de meu e a Classe 6 – A gente não quer só comida…arte e ludicidade nas ações de saúde. As Classes 1 e 2 foram as que apresentaram maior especificidade, significando maior peso na construção das RHS. No corpus dos foram criadas 3 classes de segmentos de texto diferentes entre si comentários. Classe 1 – Refazendo, refazenda: redes de produção da saúde: As redes rizomáticas, as ECRP e a trama e a urdidura; Classe 2 – Rodas de conversas e Classe 3 – A Tenda do Conto e seus encantos. Surgiram como aspectos inovadores presentes nos relatos dos integrantes da rede: (1) as estratégias que valorizam e apoiam trabalhadores, abrindo espaços de fala, escuta, troca, apoio e produção coletiva; (2) a constituição das unidades de saúde como espaços acolhedores e que convoquem e permitam que trabalhadores e usuários sejam protagonistas na produção da saúde; (3) o uso das práticas integrativas e complementares e de elementos lúdicos da arte, da música como formas de produzir debate e produção de conhecimentos a partir dos saberes populares e saberes científicos, bem como a vinculação com a equipe/ unidade de saúde e desmedicalização da vida e (4) a criação de redes de produção da saúde, afirmando o trabalho em saúde como um trabalho coletivo, sendo apenas possível produzir cuidado produzindo redes. Palavras chaves: atenção primária à saúde, humanização da assistência, pesquisa qualitativa, Internet, difusão de inovações.

Da mesma forma, Eliza Williamson escreveu um trabalho acadêmico intitulado “Redes Afetivas: Produzindo a Saúde Pública Brasileira em Espaços Virtuais” que nos dá a perspectiva de quem vê de fora (de outro pais), o SUS e o agenciamento em redes virtuais. É um texto sublime. Link do perfil dela https://redehumanizasus.net/usuario/elizakate; e, o Trabalho Completo está em anexo no post.

 

Ainda, temos um capítulo que alguns editores escreveram para o Caderno IV HumanizaSUS. Um  texto sobre parto humanizado em pesquisas que realizamos nos posts na RHS. Link ("Do Berço à Rede: Vínculos e Vivências do Parto na Rede HumanizaSUS", p.273-286): https://redehumanizasus.net/sites/default/files/caderno_humanizasus_v4_humanizacao_parto.pdf

Resumo: "O artigo propõe-se a ressaltar, a partir de posts da Rede HumanizaSUS (RHS), algumas narrativas de experiências que permeiam a questão da humanização do parto e do nascimento, registrados textualmente em notícias e conversas desenvolvidas por pessoas que integram esta rede virtual: profissionais de saúde, trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e editores da RHS. Buscamos ampliar a narrativa com outros olhares, como o dos artistas, dizendo o indizível, o impensado e o inaudível. O percurso metodológico foi inspirado na postura do artesão intelectual descrito pelo sociólogo Wright Mills. A escolha dos posts foi guiada pelo efeito de contágio, pelos afetos produzidos em rede, incorporando também alguns fundamentos filosóficos da Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS, espelhando e problematizando no contemporâneo algumas das inúmeras possibilidades favorecidas pelo Plano de Qualificação de Maternidades e Redes Perinatais da Amazônia legal e Nordeste (PqM) (2009 – 2011), seguido pela Rede Cegonha.
Palavras-chave: Rede Materno-Infantil, parto humanizado, políticas públicas de saúde."

 

E, o e-book sobre a Tenda do Conto, que teve sua expressão e compartilhamento de experiências na RHS! Link do perfil https://redehumanizasus.net/usuario/jacqueline-abrantes-gadelha e do Livro: https://unp.br/edunp/catalogo/livros-digitais/

 

Referências:

Gadelha MJA, Pedrosa RG, Silva P, Matthes C, Melo SM, Sardenberg ML, Souza EA, Régio L. Do berço à rede: vínculos e vivências sobre o parto na RedeHumanizaSUS. In: Ministério da Saúde. Universidade Estadual do Ceará. (Org.). Caderno HumanizaSUS – Humanização do Parto e Nascimento. Brasília: Ministério da Saúde; 2014, v. 4, p. 273-286.

Menezes ELC. O QUE DÁ CERTO NO SUS QUE DÁ CERTO? Histórias de Inovação na Produção da Saúde na Atenção Básica Presentes na Rede HumanizaSUS [dissertação]. Brasília: Universidade de Brasília; 2013.

Silva AVF, Nascimento MVN, Albuquerque MMR, Cunha MSG, Gadelha MJA. A Tenda do Conto com Prática Integrativa de Cuidado na Atenção Básica. [Internet]. Natal: Universidade Potiguar; 2014. Disponível em: https://unp.br/edunp/catalogo/livros-digitais/

Weber L. PRODUZIR(-NOS) ponto COM: A constituição do coletivo “Rede HumanizaSUS” e a produção cooperativa [tese]. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012.

Williamsom E. Redes Afetivas: Produzindo a Saúde Pública Brasileira em Espaços Virtuais. 2014. Disponível em: https://file:///Users/stiee/Downloads/williamson_-_redes_afetivas_-_2014.pdf. Acesso em: 02/02/2015.