Curitiba Mais Humana- Intervidas RD
Curitiba iniciou nesta semana seu programa de redução de danos. Desde a última quinta-feira, o Departamento de Política de Drogas da Secretaria Municipal de Saúde passou a desenvolver ações na região central de Curitiba em áreas de consumo de drogas, tanto junto a população em situação de rua quanto a usuários que usam drogas preferencialmente em locais públicos. O projeto faz parte do plano de governo “Curitiba Mais Humana”, plano intersetorial voltado a populações vulneráveis e alvo de violação de direitos. As ações são desenvolvidas em período noturno com equipe composta por trabalhadores de CAPS ad 24horas que utilizam parte de sua carga horária nas abordagens. As ações são apoiadas por um ônibus modificado que dispõe de tela de projeção, mesas para atividades, banheiro e insumos..
A inovação da ação está no fato do projeto ser desenvolvido pelas equipes de CAPS, como uma extensão da rede de saúde mental e que estas atuem em áreas de uso de drogas onde concentram-se usuários de todo o município. Isto dá possibilidade às equipes de articular o acesso irrestrito destes sujeitos nos serviços referenciados por eles. Outro avanço é o fato do projeto haver surgido junto a outras políticas voltadas à proteção de populações vulneráveis, como a criação de uma casa de passagem para populações indígenas, abrigo para população LGBT em situação de rua e ampliação da rede de Centros Pop. Ainda, o projeto ajuda a consolidar o papel da FEAES, Fundação Pública que nos dá um braço executivo para ações integradas de toda a rede de saúde mental.
Finalmente, o ônibus como espaço de acolhimento representa uma entrada de populações vítima de estigma nas políticas públicas integrativas e ressocializantes. Este acesso é irrestrito, aspecto fundamental para ações de redução de danos. É importante salientar o apoio da SENAD-MJ que financiou e incentivou a implantação do projeto e que passa agora a apoioá-lo através da supervisão das equipes envolvidas. Curitibamaishumana.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Oi Marcelo,
Que belo trabalho!
Ir para as ruas, parafraseando a música de Milton Nascimento, faz do trabalhador de saúde um parceiro no território existencial dos usuários.