Como garantir uma atenção à saúde de qualidade?
Lendo um artigo de Gastão, chamado "Subjetividade e administração de pessoal: considerações sobre modos de gerenciar recursos que também atuam como sujeitos da história" (disponível em anexo), com as discussões em sala de aula na quarta-feira passada, alguns questionamentos começaram a me incomodar.
Fiquei pensando muito sobre a questão do diálogo entre profissional e usuário (existem outros diálogos que também são de suma importância, mas o que mais me intrigou foi entre esses dois atores). É importante que haja uma boa comunicação entre eles, visto que, para o "paciente" (acho que ultimamente ando me incomodando um pouco com esta palavra) é essencial na medida em que este momento é a hora em que saberes são reunidos visando a recuperação ou a manutenção de sua saúde, ou até mesmo evitando um agravo, e para o profissional de saúde, a busca para que o seu trabalho atinja o objetivo da melhor maneira possível, garantindo a satisfação de um serviço "de primeira".
Certa vez, em uma disciplina chamada Comunicação em Saúde que cursei semestre passado, minha professora disse que quando comunicamos, doamos uma parte de nós, porque nos empenhamos em transmitir de fato aquilo que pensamos e as nossas experiências para o outro, visando "convencê-lo" da importância, dos resultados, os sentimentos que nos cercam relacionado a determinado assunto. Além disso, disse mais: aquele modelo de que a comunicação é composta por um emissor, um canal, e um receptor já é "ultrapassado".
Visto os objetivos dos dois atores citados ali em cima (usuário e profissional), uma boa comunicação, um bom diálogo se torna de extrema importância para a satisfação de ambos. Ou seja, ambos devem doar-se um ao outro, pois o usuário é detentor de um saber que é seu, do seu dia-a-dia, e o profissional, detentor de um saber mais científico, tecnológico. Para alcançar o objetivo de ambos, é necessário que esses dois saberes conversem entre si (tratado no webnário aqui da Rede)…
Eis minha preocupação: Neste sentido, e no ambiente atual em que nos encontramos (diferenças regionais, sociedade, cultura….), e nas expectativas em que há sobre os novos profissionais recém-formados e em processo de formação – que são denominados sanitaristas/gestores em saúde (na qual me incluo), como nós (futuros gestores em saúde, e até gestores já existentes) podemos trabalhar em prol desta ideia, colocá-la em prática, sensibilizando/mobilizando profissionais e usuários neste sentido?
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Loyanne,
Este tem sido um questionamento recorrente entre os profissionais envolvidos nas práticas de saúde por onde tenho transitado. Como produzir uma saúde de boa qualidade, com autonomia e protagonismo? Que dispositivos deverão ser acionados? Quem são os protagonistas envolvidos? Que tipos de relações estão implicados neste modelo de atenção humanizada?
Vale aqui comentar que recentemente nos reunimos no hospital para uma atualização do Manual do Usuário/acompanhante do HILP, tendo em vista adequar esse documento às novas necessidades do nosso coletivo, e no debate, um dos profissionais lembrou que na relação de práticas de atenção, além do próprio usuário e cuidadores, e aí se incluem também os gestores, está implícita também toda a rede social e de proteção do usuário: família, amigos, comunidade, serviços, analisadores sociais, dentre outras. Assim, nesse modelo integral de atenção todos devem ser incluídos e valorizados, o que exige uma adequação das unidades de saúde. E aí devolvo a questão: O que fazer para garantir essa saúde que queremos: resolutiva e humanizada?
Tentei abrir o anexo enviado, entretanto não consegui!
Abraços!
Emília