Modelo Produtivo e Cuidado em Saúde
Olá pessoal,
Como proposta da aula da disciplina de Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde, hoje venho aqui tratar sobre a importância da relação do modelo produtivo com o cuidado, assistência e a relação usuário/serviços na saúde pública brasileira. A mesma é retratada pelo modelo de trabalho biomédico, que têm uma cultura prescritiva, que desconsidera os saberes do usuário agindo como um agente passivo. Há de certa forma, uma infantilização que feitos em grande escala é altamente caro para o Estado havendo excessos de pedidos de procedimentos onde muitas vezes não gera resultados, ou seja, não produz saúde. Esse modelo tira o médico do território do usuário e traz ao consultório, por exemplo, na Estratégia da Saúde da Família não é preciso, principalmente para doenças crônicas. É necessário que o usuário tenha e seja incentivado a ter o autocuidado, no sentido de não ficar dependente de um médico e suas prescrições. Para aumentar a cobertura da assistência à saúde é necessário contratar mais pessoal e ainda, a equipe de uma UBS precisa entender que a assistência deve ter impacto populacional.
O cuidado à saúde é essencial dos seres, é uma função que qualquer um opera e para isso é necessário operar saberes. Tem relação de generosidade de reconhecer o outro, ter empatia com o próximo. O modelo produtivo de saúde deve reconhecer a importância das relações sociais, de usuário-usuário; usuário-trabalhadores; serviços- trabalhadores; usuário-serviços entre outros. Diante do exposto, eu pergunto à vocês:
Quais as consequências positivas e negativas que vocês acham que esse modelo traz para a população em geral?
Abraços,
Bárbara Maria
Por JoaoArmandoDSC
Olá Bárbara,
Sua reflexão me remete ao modo de fazer clínica dentro de uma proposta de que: "os afetos operam um processo de produção de si e do outro, e na relação configuram também uma terapêutica, ou, modos de produção da vida em um corpo que pede reconhecimento, o Corpo sem Órgãos (CsO)".
"A medicina moderna fixou sua própria data de nascimento em torno dos últimos anos do século XVIII. Quando reflete sobre si própria, identifica a origem de sua positividade com um retorno, além de toda teoria, à modéstia eficaz do percebido. De fato, esse presumido empirismo repousa não em uma redescoberta dos valores absolutos do visível, nem no resoluto abandono dos sistemas e suas quimeras, mas em uma reorganização do espaço manifesto e secreto que se abriu quando um olhar milenar se deteve no sofrimento dos homens." (Foucault, 2003, X).
Referência: Franco, Túlio Batista e Galavote, Heletícia S. Em Busca da Clínica dos Afetos, in, Franco, T.B. & Ramos, V.C. “Semiótica, Afecção e Cuidado em Saúde”. Hucitec, São Paulo, 2010.