Educação a distância como mídia-educação
Nos dias de hoje é grande o investimento na Educação a Distância (EaD), seja pela iniciativa privada ou por instituições públicas. Como uma modalidade de oferta que permite a rápida expansão do ensino superior, a EaD teve, de um lado a resistência da área da educação e, de outro lado, a adesão rápida pelas áreas atentas aos avanços tecnológicos, como as Engenharias e a Comunicação, o que priorizou, as ofertas de cursos tecnológicos.
Existe um campo de estudo que trata da apropriação de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na educação, a mídia-educação, que propõe uma perspectiva metodológica que trascende o domínio da técnica e se ancora em uma concepção construtiva, que considera a educação como um processo ativo, de formação do cidadão autônomo capaz de usar, como protagonista, os meios de comunicação disponíveis para assegurar seus direitos e ter uma participação ativa na sociedade. Sendo assim, as TIC apresentam potencial transformador, tanto na modalidade presencial, como a distância.
O mundo contemporâneo é permeado de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), estando essas incontestavelmente inseridas nos atuais processos sociais.Essa característica faz com que o indivíduo se confronte com mudanças em suas práticas cotidianas predominantes pelo uso de artefatos tecnológicos, que, ao auxiliarem suas atividades, também atuam como novas formas de comunicação. O desafio torna-se construir novas formas de educação voltadas para a apropriação crítica e criativa das tecnologias, formando pessoas com potencial transformador.
A mídia-educação trata de uma dupla dimensão: como meios da pedagogia e como uma educação para os meios. Isto é, uma educação pelas mídias, tomando as TIC como objeto de estudo; e uma educacção pelas mídias, tomando as TIC como ferramenta pedagógica. Uma educação com e através das mídias que não apenas prepare os indivíduos para os novos recursos tecnológicos, mas que forme para uma apropriação crítica e consciente de seus conteúdos éticos e estéticos.
Referência: Andrea Brandão Lapa; Maria Luiza Belloni. Educação a distância como mídia-educação. Perspectiva, Florianópolis, v.30, n. 1, 175-196, jan./abr. 2012.
Por deboraligieri
Olá, Angélica.
Seja muito bem-vinda à Rede HumanizaSUS!
Gostei muito das suas reflexões. Você acha que o desafio de "construir novas formas de educação (…) formando pessoas com potencial transformador" seria exclusivo da educação à distância, ou este seria igualmente um desafio da educação presencial? E você acha que as redes sociais tem algum papel em relação a este desafio (tanto para progressos quanto para retrocessos da consciência crítica)?
Abraços,
Débora