Boris Casoy e os Lixeiros
Não há duvidas a respeito. Perceberemos o quanto o trabalho de alguém é importante pela sua ausência. Séculos se passaram para que chegássemos ao nível civilizatório de hoje. E essa tal civilização se mede principalmente pela nossa capacidade de sermos higiênicos, nem que para isso emporcalhemos o mundo inteiro.
E manter a vida limpa de sujeira não é uma tarefa simples. Ela começa quando nós terminamos a limpeza de nossas casas e enchemos nossos sacos e latas de lixo. Se este lixo ficar esquecido na calçada, a natureza seguirá seu curso e cedo nos lembrará que tudo que é orgânico um dia apodrece, incluso o nosso lixo.
Ai de nós se o vento nos trouxer às narinas todo o nosso lixo civilizatório, prudentemente escondido e enterrrado nos aterros sanitários. Basta alguns dias de falta de coleta para que nossa paciência termine, afinal, aprendemos a ficar longe de tudo que poduzimos da rica diversidade de dejetos da sociedade de consumo. Assim, precisamos dos lixeiros para manter intacta nossa compostura orgulhosa de seres que cumprem com sua missão, acreditam em Deus, copulam, trabalham, trafegam, enfim, vivem e respiram o nosso sagrado ar poluído de cada dia.
Portanto, foi com profunda consternação que ouvimos na última edição do ano do Jornal da Band (confira o vídeo) o Senhor Boris Casoy, "baluarte" da ética, "defensor" da moral e dos bons costumes desde a época em que integrava o "Comando de Caça aos Comunistas", proferir a seguinte assertiva sobre os lixeiros que eram apresentados numa vinnheta de final de ano da emissora: "Que merda. Dois lixeiros desejando felicidades do alto das suas vassouras. Dois lixeiros! O mais baixo da escala do trabalho", Foi interrompido por uma voz que gritava ao fundo "deu pau", para avisar que o áudio estava indo ao ar.
Ah, essa indiscrição dos meios de comunicação quando os microfones de maneira impúdica ficam abertos revelando a todos nosso lado, digamos, mais sincero e "politicamente incorreto". Tudo bem, não somos perfeitos e, volta e meia, podemos incorrer em deslizes e tal. Mas vindo do Sr Casoy, essa régua, esse pilar da Tradição, Família e Propriedade, nos obriga solenemente a gritar:
Isso é uma vergonha Boris Casoy!
Por Sonia Mara de Fatima Ferreira
Parece que não vem só de Bóris, infelizmente vivemos e convivemos num mundo de discriminação, em meu trabalho convivo diariamente com isto, somos o capsad e os próprios vizinhos falam mal e até já tentaram nos atingir pelo nosso usuário que ascessa o serviço, na familia muitos ainda não entendem a dependencia quimica como doença e criticam nosso trabalho e forma de tratamento, infelizmente não sabemos se um dia vai acabar, se a PNH estivesse em todos os serviços muita coisa mudaria po r ex. inclusão do sujeito, um abraço Erasmo e feliz 2010 continue nos alimentando com seus post.