Pesquisa analisa a visão da malária junto à mídia e ao poder público nos séculos 19 e 21
Uma dissertação de mestrado, defendida no Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS), do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde – Icict, da Fiocruz, mostra como a malária foi e ainda é tratada em dois períodos históricos: o século 19, durante o Ciclo da Borracha, e o século 21 (2005-2007).
Proveniente de Manaus (Amazonas), a jornalista Andréa Arruda veio para o Rio de Janeiro disposta a pesquisar o assunto. Sua dissertação de mestrado, defendida no último dia 30 de abril, mostra que a imagem da malária, construída pela mídia e pelo poder público, é a de uma endemia amazônica, de sentidos negativos e socialmente periférica; e que o doente, aquele que materializa a existência da doença, é um sujeito passivo ou ilustrativo nas cenas discursivas, historicamente silenciado e, por isto, enfraquecido no seu poder de fazer ver e fazer crer”.
Para se ter uma ideia do impacto da malária no mundo, em 2013, a malária afetou 198 milhões de pessoas e colocou em risco outros 3,2 bilhões – metade da população mundial. A região, conhecida como Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) concentra – segundo dados do Ministério da Saúde – cerca de 99,5% dos casos. Na região amazônica, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica/Ministério da Saúde – Sivep-Malária – até o final de abril de 2015, já foram notificados 30.721 casos. Em 2012, foram 241.806 casos; em 2013 e 2014, respectivamente, 177.791 e 142.599.
Em entrevista para o site do Icict, a jornalista manauara explica por que decidiu abordar o assunto, o que descobriu em sua pesquisa e a visão da mídia sobre a doença. Leia a entrevista na íntegra no site do Instituto