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Famílias lotam o salão da SOBEM na segunda edição do Fórum Jovem, Saúde e Religião

by Fambras · 1 de setembro de 2015

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Evento da FAMBRAS realizado na SOBEM reuniu centenas de jovens

No último sábado, 29 de agosto, a Sociedade Beneficente Muçulmana foi palco do Fórum Jovem, Saúde e Religião, que integra o projeto Desafios da Família Muçulmana.

Com a atenção voltada à saúde dos jovens muçulmanos, a FAMBRAS e a SOBEM organizaram um evento para tratar especificamente da questão das drogas – de todos os tipos, desde o cigarro até as drogas ilícitas. Cerca de 500 pessoas estiveram presentes no salão social da Mesquita de Santo Amaro para conferir a programação do evento, que contou com palestras, apresentação teatral, vídeos, sorteio de uma viagem para o Hajj com tudo pago pela FAMBRAS e outros prêmios especiais.

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Na abertura do evento, o Prof. Ali Hussein El Zoghbi, Vice-presidente da FAMBRAS, explicou a importância do projeto e do evento. “Precisamos enfrentar e discutir novas alternativas sobre a visão equivocada a respeito do islamismo e muçulmanos. O projeto Desafios da Família Muçulmana vem de encontro a essa realidade. Os temas são contemporâneos e nos afligem, por isso buscamos uma comunicação eficiente para dialogar com o jovem e sua família. Neste evento apresentamos uma abordagem adequada para auxiliá-los a não entrar nesses vícios”, disse ele.
Fé e ciência

A programação da noite começou com a palestra do Professor Mohamed Habib, que é professor titular da Unicamp, onde foi por duas vezes Diretor do Instituto de Biologia e também duas vezes Pró-reitor. Hoje, Habib é Presidente da Sociedade Islâmica de Campinas. Ele abordou o tema “Diálogo entre a fé islâmica e a ciência”, mostrando dados sobre o tabagismo, álcool e drogas. “Atualmente os jovens não são vistos como o patrimônio do país. Eles são apenas consumidores, e se tornam frágeis para o consumo dessas substâncias. A sociedade que não alerta os jovens torna-os vulneráveis para serem capturados por essas práticas”, apontou.

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De acordo com o professor, existe uma guerra silenciosa para a qual a sociedade e a família precisam ficar de olhos abertos: no Brasil, o tabagismo mata em torno de 350 pessoas por dia, o equivalente a 10 ônibus cheios. O alcoolismo ocupa a quinta posição em número de mortes entre os países da América, com mais de 23 mil óbitos por ano. Já o consumo de drogas ilícitas atinge 4,2% da população mundial; a maconha é a mais consumida com 144 milhões. “São números alarmantes e esse evento é fundamental para a conscientização dos adolescentes e seus familiares”, acrescentou Habib.
Vídeo emocionante

Por meio de um vídeo em formato de documentário, o surfista Jihad Khodr contou a emocionante história de como a religião muçulmana o ajudou vencer a dependência química, fazendo com que voltasse a triunfar no esporte e retornasse à elite mundial. “Quando eu entrei no caminho das drogas, não sabia que ia ser tão intenso, tão profundo e tão doloroso como é”, diz Khodr em um trecho. Isso ocorreu, conta o surfista, quando ele adotou a rotina de atleta profissional – dinheiro, fama e diversão. Ou “ilusão”, como descreve. Paradoxalmente, a princípio as conquistas não diminuíram enquanto o consumo de álcool e drogas aumentava. “Mesmo assim eu conseguia ganhar. Aí quando vencia, em vez de comemorar e rezar ia beber, fumar, a comemoração era festa… coisa que tira sua energia, e no outro dia acabou. Mas perdi tudo porque não estava preparado, equilibrado. Não valorizei minha verdadeira existência”, conta ele, orgulhoso por ser um exemplo de superação.

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Outra atração da noite foi a apresentação do Grupo de Teatro Baraka, um projeto da FAMBRAS em conjunto com o Colégio 24 de Março. Dirigida pelo professor Diego Marques Regges, a peça contou a rotina de uma família muçulmana e seus conflitos atuais e arrancou gargalhadas da plateia. “Reunimos alguns alunos muçulmanos para montar o grupo e foi surpreendente o número de jovens interessados. Escrevemos a peça todos juntos e o ambiente de interação foi incrível. Acho que a comunidade muçulmana necessita de atividades como essa e vejo muito futuro para eles”, disse encantado o professor, que é convertido há seis meses.

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Em seguida, o público conferiu a palestra do Sheikh Mohamed Bukai, Iman da Mesquita de Santo Amaro. Formado em Teologia Islâmica e Sharia, ele também é Diretor de Assuntos Islâmicos da União Nacional Islâmica (UNI) e Vice-presidente do Oasis Solidário, que presta assistência a refugiados. Para debater o tema “Jovem, o Tesouro do Mundo”, o Sheikh ressaltou a importância da religião na vida do jovem, e discorreu sobre os problemas que facilitam a entrada do jovem nos vícios. “Esse evento é transformador por debater assuntos fundamentais para que o adolescente tenha uma vida mais saudável por meio da religião. Assim, ele terá mais consciência de suas escolhas e não cairá em armadilhas”, considerou.

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No encerramento do evento, diversos prêmios foram sorteados. Mohamed Charanek, 29, que também esteve presente na primeira edição do Fórum, foi o ganhador da bolsa para o Hajj. “Fiquei muito surpreso ao ouvir meu nome, e contente”, disse ele. Iman Mohamed El Bacha, 21, ganhadora da prancha de surfe, disse considerar essencial que os temas tratados no Fórum sejam debatidos na comunidade. “Eu aprendi coisas que nem imaginava sobre o cigarro e as outras drogas. E agora quem sabe vou aprender a surfar!”, divertiu-se ela. Após os sorteios, foi servido um coquetel aos presentes.

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“A juventude necessita desse diálogo. Parabéns pela iniciativa porque o jovem carece de desafios e necessita de objetivos. Quando a comunidade se une para trazer um novo propósito, o desafio fica mais fácil de lidar pela transparência dos debates”, opinou a professora Francirosy Campos Barbosa, pesquisadora e docente de Antropologia no Departamento de Psicologia Social na Universidade de São Paulo (FFCLRP) e coordenadora do GRACIAS – Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes.

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Em breve, o Projeto Desafios da Família Muçulmana trará novos Fóruns, que também tratarão de temas contemporâneos que fazem parte do universo islâmico.