indo em frente…
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Vagaba só, sem mais, sorria, só ia…
Miguel Maia 23/10/2015
Fui ali
E o ali não havia,
Nem o havia nem o fui
Realmente existiam;
De sorte que eu só saía.
Mas de onde, para aonde,
Eu realmente ia?
Não ia, eu existia.
Sendo ali
Naquele não sendo,
Nada era, nada consistia,
Mas alguém ali insistia.
Não fui ali,
Na verdade
O ali me existia.
Para não chorar,
Apenas sorria.
Não fui na verdade,
Nem verdade cabia,
Ali, sem eu, apenas
Por não saber mais nada
Eu só ria e
Por falta do que definir
Eu acontecia.
Sem ali, sem mim, sem sendo,
Fluía o sentia
E eu ria.
Como água,
Sem forma
Existia ou existiria.
Apenas acontecia
Ou, talvez, aconteceria…
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Belo, Miguel. Ainda não consegui tempo prá ler o Blanchot e tudo o que leio hoje me parece apontar prá necessidade de lê-lo urgentemente. Um dos livros que estou lendo agora, "Doutor Pasavento" , do Enrique Vila Matas, é justamente sobre essa experimentação do desaparecimento do eu.
Obrigada por trazer teus poemas por aqui.
bj