Ubuntu contra a injustiça com o pensar!
Esta postagem atende a provocação do Pablo Dias, participante desta rede, para que compartilhemos histórias de injustiça social sobre a qual possamos refletir o quanto precisamos cada vez mais espalhar pelo mundo esta cultura UBUNTU (https://redehumanizasus.net/92967-ubuntodos-por-um).
As coisas andam tão esquisitas que eu, que sempre me defini como esquisito, começo a duvidar de mim. Começo a suspeitar que tenho que esquisitar de uma esquisitice outra. Quem sabe um encaretamento do esquisito? Quem sabe o esquisitar do careta? Quem sabe o careta e o esquisito encontrarem um encareta-esquisistismo ou um esquisiencaretamento? Quem sabe ser mais migueliano que o Miguel suportaria?
Enfim, carente de um novo conceito para a atitude precisa para um mundo entre mundismo e mundificação. Até os bandos e bandidos são suspeitos. Se já alardearam antes: "não acredite em ninguém com mais de trinta anos", talvez o mote hoje seja: não acredite em ninguém que , de que idade for, acredite e queira fazer acreditar em qualquer coisa que, saindo de uma só cabeça, seja a solução para tudo. Acho que não há nenhuma solução enquanto não definirmos de forma realmente coletiva qual é o nosso problema.
Colocar o problema ou tentar colocá-lo é fundamental. Somos um povinho planetário que tem soluções para tudo, mas, estranhamente, não sabemos para qual problema nossas pretensas soluções servem, se é que servem. Se você tem dúvida, acho que ainda está a salvo.
Ao contrário do que dizia Descartes, o diabo não é a dúvida; é a certeza indubitável. No pensar, temos abdicado da certeza de existir, porque o pensamento não se pensa, se repete, se repete, se repete e cria um tédio enorme de mortificação e moralismo estreito.
Ubuntu! Contra a injustiça com o pensamento!
Um pouco de ar puro para voltarmos a pensar! Um muito de dúvida, não metódica, mas existencial, vivencial e vividamente produtiva.
Que possamos pensar o novo e o diferente sem enquadrá-los em nossos quadrados limitadores e limitantes.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Se é que entendi a tua proposta, Miguel, concordo e entro junto na luta contra uma imagem do pensamento que nos impede de pensar. E não se trata de pensamento verdadeiro, como às vezes caímos na armadilha de invocar, pois esta é uma ilusão, confrontar verdade e falsidade.
Olhar o que aparece nessas fissuras e estranhamentos talvez nos ajude a pensar de outro modo.