Discursos
Discursos
Foucault e as armadilhas das palavras como instrumentos
Elaine Perez
Norma para além de substantivo é verbo.
Normalizar.
Docilizar corpos, sanear populações, gerir e governar a vida.
Gestão de condutas, controle dos desvios.
Saberes e poderes que inventam e produzem uma sociedade "normal".
Produção de poderes, de olhares direcionados para o mundo, para si e para o outro.
O "anormal" é discurso de uma tecnologia enunciada.
Discurso é produção!
Sendo assim, há que se questionar as "verdades" afirmativas.
O "anormal", o "deficiente", o "transtornado" entre outros.
E problematizar o "discurso" do anormal, do deficiente e de tantos outros.
Fragmentos da realidade, cortada, atravessada por fragmentos de discursos.
Gritos, armadilhas, gestos, atitudes.
Camisas de força, química, dispositivos auto- reguladores do que está desregulado, fora do campo de formação da "normalidade".
Os discursos são práticas formativas dos próprios objetos falantes.
Conjunto de regras que animam, dão movimento à ação discursiva.
Dispersão, descontinuidade.
O poder é difuso, se exerce vinculado a um certa economia de saber.
Produtora e veiculadora de das grandes e pequenas "verdades".
Por Carlos Rivorêdo
Oi Elaine e demais pessoas humanas,
Tudo é discurso. Tudo, portanto, é construção de verdade a partir do discurso. Daí as verdades poderem ser, a todo momento, desqualificadas como tal.
Todo o conjunto de dispositivos de servidão que nos foi enfiado goela adentro se alicerça em verdades que, ao fim e ao cabo, são exigências de uma moral que nós mesmos introjetamos.
Coisa antiga.
Coisa identificada nas personificações da decadência, em uma leitura do Nietzsche: Sócrates e Platão- esses dois magníficos espertos, ladinos e hipócritas.
Beijo todos,
Carlão.