língua manchada

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língua manchada!
mínima prosa com silvio gallo
Elaine Perez

manchar as palavras,
misturar nossas diferenças,
compartilhar o dissenso no cotidiano das efemeridades na educação.
encontro da marginalidade, do que escapa, percepção do jogo de forças, das práticas presentes nos discursos e nas resistências mínimas dos enfrentamentos do poder.
mínimo que não é menor mas micro, o que foge , o que não quer ser capturado pela normalização.
pelas verdades que buscam dominar e capturar o que está para além de si.
pela polícia dos saberes que pretende seriar, qualificar, enquadrar no âmbito da Educação Maior.
Àquela que reorganiza para ordenar.
Àquela que desconhece a força da multiplicidade.
manchar a língua é prosa do mínimo, de ações de fluxos criadores sem pretensões das ditas verdades presentes no aparelho de estado.
é sentir um imenso estranhamento frente aos consensos de decisões que oferece "tudo a todos", metodologia da uniformidade.
aprender o mesmo, ao mesmo tempo, recitar a cartilha na ordem determinada.
ai de quem, manchar, misturar palavras.
linguajar imundo das gentes que percorrem todos os lados, escorregam, deslizam, surfam, compõe, dançam e para além  da perseguição dos afoitos pelas normas, se encontram nas experimentações.
alquimia da política do acontecimento,  do dissenso, do comum em estar junto a partir e porque somos diferentes.
educação que não se fecha, mas que se deixa misturar pelas múltiplas línguas, pelas múltiplas artes, pelos múltiplos ritmos,
rap que canta o entrecruzar de potências, poética manchada no cotidiano educacional que pulsa.