gentes simples

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gentes simples
prosa mínima com regina de fátima de jesus e as africanidades
elaine perez

com essa sina, "preto e pobre" não aprende mesmo…
práticas afirmativas para quê?
afirmar o quê?
negritude que incomoda, desconhecida, estetiotipada, naturalizada.
os negros vieram…?!?
quem trouxe?
porquê trouxeram?
a quê atenderam?
o que a hegemonia branca nos contou?
como nos contou?
nossas terras são manchadas sim, pela mistura, pelo suor, pelas histórias que deflagraram a "vinda" dessa força de  trabalho que deveria ser apenas servil.
"gente simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, conseguem mudanças extraordinárias", proverbio africano.
assim na cotidianidade dos espaços públicos escolares, tidos muitas vezes como tempo e espaços menores, menos importantes, professores e alunos tem a possibilidade de narrar em um campo fértil e possibilitador, microações afirmativas da cotidianidade.
interferência continua que se pauta no compromisso em superar o racismo.
exploração das narrativas orais do viver em um país que tenta esconder o quanto discrimina, na invisibilidade, no tapinha nas costas, na indiferença.
o calor da voz desperta almas, aproxima.
" umuntu ngumuntu ngabuntu", uma pessoa, é uma pessoa por meio das outras pessoas.
a desigualdade étnico-racial está presente no cotidiano escolar, como também o compromisso ético e politico e porquê não estético em compartilhar microações afirmativas em que todos possam se ver, contar suas histórias, conhecer suas raízes, seus ritmos, suas cores, manchar as palavras, misturar as gentes .
preto e pobre não é sina, ensina.