Clínica Ampliada e tradição organizacional

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Se de um lado aumentarmos o poder do usuário na gestão e no cotidiano do hospital, e para isso há uma série de dispositivos que ampliam a possibilidade do usuário e de seus familiares participarem do processo de gestão e dos projetos terapêuticos. Como exemplo, temos o direito a presença de um acompanhante, e isso dá confiança para o paciente, tanto para companhia e apoio quanto para participar de momentos do projeto em que o paciente e clínico julgarem convenientes, do outro lado é imprescindível que seja alterarada a lógica atualmente vigente e com a qual se costuma realizar a “departamentalização” em serviços hospitalares. Em geral, os serviços e departamentos voltados para a assistência nos hospitais organizam-se com base em especialidades médicas ou profissões. Essa prática favorece a existência do duplo comando. E ao falar sobre clínica ampliada em algum hospital, a primeira coisa que devemos levar em conta  a tradição organizacional deste hospital. 

Em várias cidades brasileiras, os hospitais e centros especializados ligados ao SUS iniciaram a construção de Conselhos de Gestão tripartite (representação da direção, dos usuários e de profissionais) ou, até mesmo, de assembléias com usuários em que se discutem problemas do serviço, elaboram-se projetos e realiza-se a avaliação do trabalho. As presenças de ouvidores e de espaços de diálogo complementam essas medidas.

É importante que os usuários procurem participar dos conselhos representativos da sua região e busquem voz para participar das tomadas de decisões, pois ninguém melhor do que quem usa o serviço para trazer a demanda da população e para dá um retorno à comunidade.