Clínica Ampliada e tradição organizacional
Se de um lado aumentarmos o poder do usuário na gestão e no cotidiano do hospital, e para isso há uma série de dispositivos que ampliam a possibilidade do usuário e de seus familiares participarem do processo de gestão e dos projetos terapêuticos. Como exemplo, temos o direito a presença de um acompanhante, e isso dá confiança para o paciente, tanto para companhia e apoio quanto para participar de momentos do projeto em que o paciente e clínico julgarem convenientes, do outro lado é imprescindível que seja alterarada a lógica atualmente vigente e com a qual se costuma realizar a “departamentalização” em serviços hospitalares. Em geral, os serviços e departamentos voltados para a assistência nos hospitais organizam-se com base em especialidades médicas ou profissões. Essa prática favorece a existência do duplo comando. E ao falar sobre clínica ampliada em algum hospital, a primeira coisa que devemos levar em conta a tradição organizacional deste hospital.
Em várias cidades brasileiras, os hospitais e centros especializados ligados ao SUS iniciaram a construção de Conselhos de Gestão tripartite (representação da direção, dos usuários e de profissionais) ou, até mesmo, de assembléias com usuários em que se discutem problemas do serviço, elaboram-se projetos e realiza-se a avaliação do trabalho. As presenças de ouvidores e de espaços de diálogo complementam essas medidas.
É importante que os usuários procurem participar dos conselhos representativos da sua região e busquem voz para participar das tomadas de decisões, pois ninguém melhor do que quem usa o serviço para trazer a demanda da população e para dá um retorno à comunidade.
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Patrícia,
Muito importante esse debate sobre a Clínica Ampliada. O protagonismo do usuário com possibilidades de participação e autonomia em todas as etapas do tratamento, em que sejam valorizados os seus saberes e as suas singularidades de sujeito, é essencial para o sucesso do tratamento. Outro aspecto importante nesse processo é a capacidade de aliar o combate à doença com a produção de vida. Ou seja, os profissionais de saúde devem desenvolver a capacidade de ajudar as pessoas a (re)inventar-se frente à doença/sofrimento, buscando outros modos de vida.
Valeu pela abertura do debate!
AbraSUS!
Emília