O que é Rede de Atenção a Saúde?
É A ORGANIZAÇÃO HORIZONTAL DE SERVIÇOS DE SAÚDE, COM O CENTRO DE COMUNICAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE, QUE PERMITE PRESTAR UMA ASSISTÊNCIA CONTÍNUA A DETERMINADA POPULAÇÃO E QUE SE RESPONSABILIZA PELOS RESULTADOS SANITÁRIOS E ECONÔMICOS RELATIVOS A ESSA POPULAÇÃO. (Mendes)
RESULTADOS DA IMPLANTAÇÃO DE REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE NO DIABETES
- · Redução de 50% nas amputações de extremidades;
- · Redução de 40% nos dias perdidos de trabalho;
- · Redução de 60% nas cegueiras por retinopatias;
- Redução de 50% das doenças renais graves.
O que é o Modelo de Atenção Crônica?
O Modelo de Atenção Crônica, tradução literal de Chronic Care Model (CCM), foi desenvolvido pela equipe do MacColl Institute for Healthcare Innovation, nos Estados Unidos, a partir de uma ampla revisão da literatura internacional sobre a gestão das condições crônicas. Esse modelo compõe-se de seis elementos, subdivididos em dois grandes campos: o sistema de atenção à saúde e a comunidade. No sistema de atenção à saúde, as mudanças devem ser feitas na organização da atenção à saúde, no desenho do sistema de prestação de serviços, no suporte às decisões, nos sistemas de informação clínica e no autocuidado apoiado.
Na comunidade, as mudanças estão centradas na articulação dos serviços de saúde com os recursos da comunidade. Esses seis elementos apresentam inter-relações que permitem desenvolver pessoas usuárias informadas e ativas e equipe de saúde preparada e proativa para produzir melhores resultados sanitários e funcionais para a população.
Os resultados da aplicação do modelo de atenção crônica se fizeram sentir rapidamente. Pesquisa avaliativas, utilizando casos controle, obtiveram os seguintes resultados:
- Numa amostra de 8.030 portadores de diabetes, a hemoglobina glicada caiu de 9,0% em março de 1999 a 8,0% em julho de 2001;
- Numa amostra de 1.200 portadores de asma, a porcentagem de usuários com asma persistente recebendo medicação apropriada com adesão á medicação anti-inflamatória aumentou de 10% para 70% em, apenas, dez meses de introdução do novo modelo.
Atualmente, por experiência própria, o atendimento aos asmáticos funciona muito bem. Faço acompanhamento anual a mais de 9 anos no SUS e nunca tive nenhum problema. O acompanhamento é efetivo e é essencial para o controle da doença.
Por deboraligieri
Olá Mariany.
Com certeza a implantação do SUS trouxe maiores possibilidades de qualidade de vida às pessoas com diabetes no Brasil. Tenho diabetes desde 1986, quando não existia o SUS (nessa época até as informações para o autocuidado eram bastante precárias) e as dificuldades para manter o controle da glicemia eram muito grandes. Dos dados que você apresenta sobre diabetes, podemos dizer que a rede de atenção a doenças crônicas teve como efeito permitir a locomoção das pessoas, ajudar no desenvolvimento regular das atividades laborais, evitar que uma deficiência visual agravasse as limitações que o diabetes já traz à pessoa e ainda evitar que à condição crônica original se some outra. E isso é prevenção e promoção de saúde, promoção de qualidade de vida!
Mas a hemoglobina média (8%), apesar de representar uma redução, ainda se encontra fora dos padrões de segurança estabelecidos pela Sociedade Brasileira de Diabetes (abaixo ou igual a 7%) e pela American Diabetes Association (abaixo ou igual a 6,5%). Talvez ainda seja preciso que o controle do diabetes se faça de maneira a permitir que haja de fato empoderamento dos usuários, para que os pacientes construam junto com a equipe de saúde as condições para atingir um controle glicêmico ainda melhor, e a partir de um autocuidado não padronizado, e de acordo com as escolhas e possibilidades de cada pessoa.
Finalmente, gostaria de tirar uma dúvida: qual a fonte dos dados que você apresentou (dos resultados em relação à redução de eventos em diabetes e das pesquisas sobre diabetes e asma)? Acho que seria bacana se você indicasse as fontes dos números apresentados no post, ajuda muito a ampliar a credibilidade das informações.
Abraços,
Débora