O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS – SAÚDE DA POPULAÇÃO DO CAMPO, FLORESTA E DAS ÁGUAS

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A conquista por uma saúde integral concebida pelo Estado e o reconhecimento dos determinantes sociais na saúde, sem dúvidas foram avanços importantíssimos, porém até o ano de 2011, restritas as necessidades urbanas. Apesar das transformações territoriais e do desenvolvimento econômico, o Brasil possui cerca de 15,6% de agricultores e camponeses, que possuem necessidades específicas de saúde desde os processos de adoecimento até as práticas de cuidado. É curioso pensar, que essa população provedora do sustento agrícola do país, passou (e ainda passa) por cerca de 13 anos de  invisibilidade e acesso à saúde por meio de migrações. Após a implementação do SUS, em 2011 na 14ª Conferência de saúde com muita luta tiveram a regulamentação ao acesso a saúde e uma política específica para atender uma demanda cheia de especificidades – Portaria 2.866/2011.

  Tal portaria é referente à criação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da floresta e das águas, um SUS rural planejado de acordo com as diferentes maneiras de adoecer relacionados aos agravos vindos da própria natureza e do processo de trabalho das comunidades que vivem da terra, considerando as práticas e saberes tradicionais de cuidado. Seu objetivo principal é melhorar o acesso, através de equipes de unidade de saúde fluvial, não somente acessar o serviço, mas medidas de enfrentamento de questões que intervém diretamente no estado de saúde dessas populações.

 A população agrícola é ESSENCIAL para  desenvolvimento econômico do nosso país, mas  devemos ficar atentos de que maneira tal desenvolvimento é refletido na vida de quem tem relação direta com o território, a imposição das transformações territoriais geram danos tão importante quanto as nossas prioridades urbanas e que na maioria das vezes são  danos completamente invisíveis aos nossos olhos.