17 Comentários
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Por carolmonjardim
Muito bom!
Por patrinutri
O título de sua publicações é muito instigante ao debate Carol.
Com certeza há um mundo de valores, para além das prateleiras de medicamentos em farmácias, sejam elas comerciais ou de unidades de saúde pública.
Este espaço encarna muito mais que um espaço de armazenamento, muitas vezes constitui-se uma vitrine de ofertas, ” venha curar seus males!” , enquanto que a palavra de ordem por tráz destes produtos é “remédio” e não necessariamente a cura.
Mas quem já não viver a maravilhosa sensação de ter uma dor aplacada por um analgésico? Com certeza eles têm o seu lugar importante também no cuidado de doenças. O problema então seria um uso indiscriminado e com pouca consciência sobr os efeitos colaterias ou rebotes.
Eu mesma certa vez em crises frequentes de enxaqueca , me vi capturada por esta lógica a ponto de ter uma intoxicação medicamentosa.
Em se tratando de fármacos … todo o cuidado é pouco.
Por isso, vejo aí, uma grande responsabilidade dos farmacêuticos neste sentido, de um uso e aplicação conscientes dos medicamentos.
Bjs Patrícia
Por carolmonjardim
Simmm, a cultura da automedicação já é algo enraizado. É um desafio propor um uso moderado ou só necessário quando se já existe o costume da automedicação e pior ainda do imediatismo ” um comprimidinho, cura qualquer coisa”
Mas estamos aí pra isso, disseminar os perigos e os gastos desncessários com os farmacos!
AbraSUS
Por patrinutri
Excelente Carol, que bom que encontramos profissionais de saúde nesta luta!
Seguiremos em rede nesta causa!
js Pat
Por deboraligieri
Olá, Carol.
Ainda que a prescrição de medicamentos seja apenas uma das diversas formas de autocuidado, é essencial à saúde de algumas pessoas, como no caso de portadores de doenças crônicas. E as análises sobre as indicações de medicamentos costumam se fixar em dois pontos que não nem sempre convergem: a partir do caso individual ou das evidências médicas, que consideram apenas uma regra generalizada. Daí a importância do princípio da equidade, que garante que casos de exceção sejam igualmente atendidos pelo SUS, ainda que a resposta da condição individual de saúde e/ou da doença não se enquadre em um determinado padrão geral.
Quanto ao aspecto da assistência farmacêutica como valor coletivo, vejo nas consultas públicas sobre diretrizes clínicas e protocolos terapêuticos uma forma da sociedade ser envolvida nas decisões de saúde como integrante das políticas públicas de saúde. Acredito que esta é uma maneira do cidadão se envolver não apenas com a terapia que atende ao seu caso em particular, mas também com a assistência que pode garantir a segurança e eficácia ao tratamento de saúde de todas as pessoas que compartilham de sua condição.
Abraços,
Débora
Por carolmonjardim
Oii Débora,
No caso de portadores de doenças crônicas, o uso de farmacos é realmente essenciais. Porém existem medicamentos que são menos agressores e não são as preferências médicas ou as vezes nem estão na lista de prioridades do gestor. A preocupação está centralizada na relação custo- benefício e não na eficácia e segurança.
Muito boa a sua colocação à respeito de envolver o usuário não só no processo terapeutico, a participação social neste contexto farmacêutico é fundamental nesta “briga” custos x qualidade de vida.
Por deboraligieri
Bem lembrado, Carol, há disputas de toda ordem (inclusive econômico-financeira) envolvendo a escolha terapêutica.
Se por um lado profissionais acusam gestores de focarem demais no custo-efetividade, gestores também acusam os profissionais de cooptação pela indústria farmacêutica. No meio desse embate, as necessidades dos pacientes nem sempre são valorizadas ou visadas como mais importantes. Daí se mostra fundamental a informação qualificada sobre as opções terapêuticas (incluindo seus riscos e vantagens) e a participação do usuário, contribuindo para que suas necessidades sejam a base das escolhas do gestor e do profissional técnico.
Por carolmonjardim
Esta é uma temática muito polêmica e infelizmente pouco explorada (até na academia) mas estamos aí com o desafio de estabelecer aberturas de participação social para que as necessidades sejam a base das escolhas do gestor e do profissional técnico. Séria uma visão utópica? Espero qe não haha, acrediro muito no poder de uma sociedade empoderada!
Por eduardodf
Nas residências médicas em psiquiatra no RS e nas faculdades de medicina no RS este assunto é muito abordado !
Por carolmonjardim
As práticas nos medicamentos no âmbito da saúde mental, são bem polêmicas. Aos poucos vem se tentando substituir (ou diminuir o uso) pelos tratamentos terapeuticos, porém não podemos descartar os casos que o uso é essencial no tratamento.
Por eduardodf
Não existe nada de polêmico ! Já temos bem definido o que é doença mental . O que vemos é que o SUS não utiliza o conhecimento e o respeito ao profissional médico psiquiatra, prefere ficar na polêmica do que não conhece, dispensando o atendimentos de pessoas doentes a profissionais que não dão resolutividade nenhuma . Os medicamentos não se destinam a casos essenciais, se destinam a quem precisa. Aqui no RS temos a tradição de ensinar nos cursos de residênca medica nos 3 anos que duram os cursos, também muitos tipos de psicoterapia. A grande resposta para isto é o que ocorreu e ocorre em alguns Estados americanos onde o psicólogo pode prescrever medicação; o psicólogo indica muito mais tratamento farmacológico do que o médico ! Acho que a cada dia estamos indo ao encontro do que Freud um dia disse : estamos a ver nas pesquisas que muitas doenças da alma são Biologicas .
Por carolmonjardim
No meu ponto de vista, tudo que envolve industria farmaceutica e mecanismos substitutivos de tratamento gera polêmicas. A questão não é definir o que é DOENÇA MENTAL e sim focar na SAUDE MENTAL…se a rede estiver voltada para a doença, realmente teremos um ciclo vicioso de medicamentos, que não são a cura propriamente dita mas a “estabilidade” da pessoa em sofrimento psiquico. Um serviço pensado na SAÚDE MENTAL, já tem articulações diferentes pois está interessado na qualidade de vida do individuo, que ele seja capaz de ter uma vida independente de patologia.
Aqui no DF, essa disputa hierárquica de saberes médicos são deixadas para trás, na medida em que se faz necessário em um processo terapeutico a união de vários outros setores, o saber não está concentrado nem no psiquiatra nem no médico.
O que julgamos por “a quem precisa?”, porque culturalmente estamos habituados a nos render a mendicamentos…casos essenciais a que me referi, são aqueles que fazem uso de medicamento para controlar crises (não sou especialista). Já ouvi vários relatos em um CAPS aqui de uma região do DF, em que as crises com o passar do tempo foram controladas sem o uso de medicamentos, o chamado “desmame de medicação” foi feito aos poucos, substituido por outros mecanismos de apoio.
Por Ricardo Teixeira
Excelente comentário, Carol!
Obrigado pro elevar o nível por aqui: no conteúdo e na forma.
Sua tranquilidade argumentativa é própria das pessoas ponderadas, que têm dúvidas, que sabem que em certas questões o melhor é ter dúvidas, que não temem polêmicas e questões polêmicas, que têm senso crítico e muita desconfiança em relação aos poderosíssimos interesses da “farma”, um dos setores mais problemáticos do biocapital, enfim, todo o contrário de outros comentários que são de uma arrogância atroz que, pretendendo-se mais “científico” que os demais, faz afirmações anticientíficas e assume posturas fundamentalistas que se coadunam mais com a religião (do capital) do que com ciência. Isso sempre vem junto com uma incapacidade para o diálogo (que identifiquei em formas bem desrespeitosas disseminadas por outros posts desta Rede nos últimos dias) que dá o que pensar …
De novo, obrigado e continue a nos brindar com seus posts e, sobretudo, com essa elegânica comunicacional que é tão prezada neste espaço, onde não apenas se fala sobre humanização, mas se a pratica em ato nas trocas que estabelecemos por aqui.
Grande abraço!
Por carolmonjardim
Muito obrigada Ricardo!
Parto do princípio que o importante é reter o que é bom, acredito que comentários assim são oportunidades de amadurecimento. Confesso que fiquei um pouco assustada quando li pela primeira vez mas acredito que a profissão que eu escolhi (sanitarista), será assim….todo tempo serei questionada e “colocada contra a parede” por pessoas a minha volta insatisfeitas com o serviço de saúde, estamos aqui pra isso, desconstruir essa visão deturpada que as pessoas tem do nosso Sistema Único de Saúde, que está longe de atingir a perfeição mas que está aberto para ser aprimorado com a ajuda de todos!
É uma honra receber elogios de vocês, muito obrigada!
Pois então, aqui vai mais um, Carol: correndo o risco de ser redundante pois muitos já escreveram sobre a tua capacidade de ponderação, quero dizer que gostei demais também da tua capacidade de MODERAÇÃO. E em todos os sentidos da palavra: a dúvida como método para não se tornar mais uma totalitária gozando em rede; a moderadora de uma discussão de grande relevância hoje e que precisa ganhar penetração e visibilidade maior; o modo de abordagem, respeitoso e firme pois com argumentos passíveis de produzir diálogo/conversa sobre o assunto.
Como dizem por aí, AMEI!
Iza
Por carolmonjardim
Obrigada, querida Maria Luiza!
É motivador esse apoio e atenção de todos vocês. Agora entendo tamanho carinho que o Professor Gustavo tem por essa rede. Sem dúvidas está sendo uma oportunidade incrível de descobertas viabilizada por esses diálogos, muito obrigada por essas oportunidades!
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Olá Carol,
Assunto quente este e para esquentar ainda mais deixo a dica para quem se interessar:
https://www.facebook.com/forumsobremedicalizacao
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