ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS
O Sistema Único de Saúde (SUS) vem sendo construído há mais de vinte anos com o propósito de garantir a todo cidadão brasileiro o direito a uma saúde de qualidade, com acesso universal e integral, ofertando ações de promoção, prevenção, proteção e recuperação da saúde.
O papel do medicamento no contexto de tais ações é indiscutível. Para garantir seu acesso o SUS operacionaliza a Assistência Farmacêutica (AF) como “um conjunto de ações […] tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e seu uso racional […] na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população”.
Entretanto, no cotidiano dos serviços de saúde é comum a compreensão limitada deste conjunto de ações, reduzindo a AF apenas a necessidade de adquirir e distribuir os medicamentos, marginalizando a complexidade e a necessidade de ações para a garantia do acesso e uso racional, com consequências negativas para toda a sociedade.
Destaca-se aqui alguns pontos de reflexão sobre a AF:
Ao considerar que a maioria das intervenções em saúde envolve o uso de medicamentos, o que pode ser determinante para a obtenção de menor ou maior resultado, é imperativo que a AF seja vista sob ótica integral.
O “acesso” não deve ser reduzido apenas a disponibilidade do medicamento, sob o risco do desperdício de recursos sem que haja um real impacto sobre a qualidade de vida da população. É preciso envidar esforços na promoção do uso racional de medicamentos, na ampliação do acesso superando a visão reducionista de aquisição/distribuição, na incorporação do profissional farmacêutico na rede municipal de saúde, seja na logística, seja na atenção direta ao usuário e às equipes de saúde da família. A construção da integralidade do SUS, capaz de atender plenamente as necessidades de saúde da população de forma resolutiva e responsável exige de seus gestores compromissos sérios com a estruturação da AF e sua qualificação, tendo no profissional farmacêutico um importante aliado na garantia do uso racional, seguro e efetivo do medicamento.
Por patrinutri
Concordo muito com você sobre a importãncia de uma efitiva ação de assitência farmacêutica no SUS, para além da distribuição de medicamentos.
Para tanto, vejo como uma condição primeira o empoderamento dos profissionais farmacêuticos. Há muitos que tem participado ativamente deste processo, mas ainda há muitos em suas zonas de conforto, limitando-se a assinar responsabilidades e garantir armazenamento adequado.
A meu ver estes profissioanis deveriam ser questionadores da aplicação de determinados medicamentos e a busca por modos de tratamento não medicalizantes ou mesmo alternativos.
Há aqui na RHS algumas publicações neste sentido da desmedicalização que valeria a pena acessar.
Seguimos na conversa!
Bjs Patrícia