Os limites entre a atenção especializada e a atenção básica, entretanto, não são precisos, mesmo porque a abrangência da atenção básica depende de definições políticas, adotadas em função das circunstâncias sociais e econômicas conjunturais. A circunscrição das áreas de responsabilidade de uma e de outra se dá, atualmente, de forma muito heterogênea, determinada por diferentes lógicas. A mais explícita é a do financiamento, pois diferentes critérios de valoração e de alocação de recursos pelo SUS entre as áreas básicas e as ditas especializadas. Esta mesma lógica corrobora, ainda, as subdivisões em média e alta complexidade (na verdade, médio e alto custo), pois se fundamenta na diferença de remuneração de procedimentos afetos a cada um daqueles níveis, a partir das tabelas originalmente utilizadas para normatizar as transferências de recursos aos entes públicos e privados integrantes do SUS: Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) e Sistema de Informações Hospitalares (SIH).