Pela Humanização da Medicina
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“A medicina não é apenas uma ciência, mas também a arte de deixar a nossa individualidade interagir com a individualidade do paciente”. Tais palavras de Albert Schweitzer – teólogo, músico, filósofo, e médico alemão – fazem com que reflitamos a respeito da relação médico/paciente na atualidade. Essa reflexão se faz necessária para que possamos lutar juntos, de maneira mais efetiva, pela humanização da medicina.
Acredito que um médico competente nasce, quando um indivíduo, com o intuito de ser um agente de transformação social, decide escolher a carreira médica como profissão. Penso dessa forma, porque entendo que um médico não pode se restringir a ser apenas um “tratador de órgãos”. Mais do que enxergar órgãos e tecidos, ele precisa agir de forma humanitária, porque, agindo assim, poderá avistar a alma do paciente e, consequentemente, poderá interagir com a individualidade do cidadão que procura um atendimento. Ademais, ninguém vai ao médico por estar com a saúde em dia. Em função disso, por ocasião de uma enfermidade, o paciente, certamente, desejará ser acolhido, e não maltratado.
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina, propostas pelo Ministério da Educação (MEC), o médico, após concluir o curso de graduação, precisa saber interagir adequadamente com seus colegas de trabalho, com seus pacientes e com seus familiares. Além disso, tais diretrizes exigem que o médico saiba se colocar no lugar do paciente e que saiba agir de forma humanitária, quando em contato com o paciente. Ademais, se o indivíduo optou pela carreira médica, mas evita o contato com as pessoas ou age de forma grosseira durante um atendimento, talvez não tenha nascido para compreender a alma alheia. Atualmente, não só os pacientes, como também a classe médica e a própria comunidade estão fechando o cerco contra os profissionais que teimam em não exercer a medicina de forma adequada e responsável. Prova disso foi a recente condenação – emitida pela 2° Vara de Santa Maria – de médicos que teriam fraudado as folhas-ponto do local no qual, teoricamente, trabalhavam.
Para que a medicina, portanto, torne-se cada vez mais humana, faz-se necessário que os médicos estejam cada vez mais próximos da comunidade. Isso porque, para desenvolver uma boa relação médico/paciente, mais do que olhar nos olhos do paciente, é preciso que o médico saiba compreender a alma do indivíduo que procura um atendimento.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Olá Anderson,
A tua postagem vem se somar com tantas outras por aqui e tornar mais intenso o desejo de fazer reverberar idéias e práticas de humanização do campo médico. Eu diria mais, do campo da saúde, pois o tecnicismo tem capturado muitas outras sendas neste campo.
Interagir com as publicações e pessoas que habitam a rede nos faz pensar, nos afeta diretamente nesta mudança de abordagem no cuidado.
AbraSUS!