A CHAVE

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Elias J. Silva 05/03/2010

A sabedoria abre portas e abre trilhas por onde a vida circula. O conhecimento é como um chaveiro, com muitas chaves. Cada chave serve para abrir uma porta. E cada porta é lugar de passagem, de entrada e saída.

Portas trancadas, portas travadas sugerem segurança (insegurança?), prevenção e medo, mas sugerem também bloqueios, cativeiros e isolamento.

Há sempre um lamento do outro lado da porta, um desejo de liberdade, um sonho de felicidade, um olhar que sonha com uma réstia de luz.

A chave que abre a porta não é a mesma chave que abre a mente. Existe a chave menor e existe a chave maior. A chave menor é utilitária e abre portas físicas, abre comportas e liga forças energéticas e materiais. A chave maior é uma chave de força da mente que potencializa a alma, que liga pontos imaginários, que não tem limites. A chave do conhecimento não é utilitária. Ela é fundamental para abrir fronteiras e porteiras, portas, janelas e transpor barreiras do ilimitado NÓS.

O mundo tem muitas portas, com trancas que não se abrem facilmente. A cada dia, no correr do tempo e da história, novas chaves aparecem, surgem para abrir as portas desse vasto mundo e desvendar seus mistérios. Tudo é mistério até o momento em que o “cativeiro” não é estourado. Quantos “cativeiros” são mantidos no limitado “EU” e que teimam ficar inertes como trancas enferrujadas que não se deixam abrir? Cada pessoa é um mundo a ser descoberto e no recôndito da casa, no interior da mente não se permite destravar a porta! O medo e a alienação desconstroem a chave. Quantas chaves sem função e quantas portas precisam ser abertas neste universo – mundo belo, mundo vão (mundo cão?)!

A chave não é o bastante. O saber que não circula não abre portas e janelas, não desacorrenta a alma, não constrói pontes, não desata os NÓS do EU e não ajuda o EU ser mais.

A chave é fundamental para abrir o ambiente, para gerar luz e resignificar os espaços, os corpos, os vãos, as idas e vindas do humano SER.

SER, SABER, CAMINHAR, SONHAR: esta chave não se quebra. Ela quebra regras e convenções, diminui o espaço entre corpos e mãos, soma os esforços e os olhares que acordam para realizar, subtrai a distância entre a prática e a teoria e multiplica os horizontes da alma e do SER. Ser mais. Ser mundo melhor, ser movimento que teima em abrir as portas para o bem viver.

Eis a chave que se faz missão: a grande missão que temos pela frente é mobilizar para o conhecimento.