DIA INTERNACIONAL DA MULHER, 8 de MARÇO, FAZ CENTENÁRIO!
O Dia Internacional da Mulher, em Belo Horizonte, será lembrado com manifestações, passeata e luta! Retomando a sua origem, em 1910, pelo movimento das mulheres socialistas, que na II Conferência das mulheres socialistas aprovam a sua comemoração, o Comitê Mineiro do Fórum Social Mundial, elaborou texto sobre esta história e centenário (1910/2010) , convocando para as manifestações e passeata no dia 8 de março! Um dia de Luta pelos Direitos da Mulher!
Haverá uma passeata, a partir de 14h, saindo da praça da Assembléia, parando em alguns locais para entrega de documentos,como: Ministério Público, documento sobre VIOLÊNCIA; Banco Central, sobre TRABALHO;em frente à Prefeitura, documento sobre LICENÇA MATERNIDADE, dentre outros. Haverá concentração com manifestações políticas e culturais antes e depois da passeata, cujo encerramento será na Pça Sete, no centro de BH.
Então mulheres e homens, aliados de nossas lutas, lembremos este dia com rodas de conversas e manifestações sobre nossos Direitos e reivindicações, fortalecendo laços de solidariedade , contra todas as formas de discriminação e desigualdades, vamos fazer barulho neste dia! E lembremos especialmente da Saúde das Mulheres, do Acolhimento às mulheres pelo SUS, da Humanização do parto e nascimento, enfim, Viva as Mulheres!!
Abraços comemorativos e militantes,
Ana Rita Trajano
Por jacqueline abrantes gadelha
Mulheres se matam porque cansaram do cheiro de açafrão
e vivem molhadas, medonhas, invadidas de poesia e pedra
Mulheres viram pássaros
porque do alto têm a certeza que serão salvas.
De lá, contemplam o mundo
Escrevem livros, constróem casas, parques, elipses
Pintam quadros, dão aula, vão para o palco
dirigem carro, motocicleta
lêem Homero, Dante, Vieira, Camões, Platão, Pessoa
São crianças e desejam o inferno
Depois o céu e novamente o inferno
Andarilhas, herdam vestígios
E são preciosas perfumadas
Olham dentro dos olhos dos peixes
E os retiram da água para serem seus companheiros.
Planetas delicados são as mulheres, engravidam de balões, de profundidades.
Sentem cólicas, a placenta rompe, o útero se revira.
Os ovários se mantêm em segredo, preenchidos.
Mulheres choram em tardes de chuva
andam de ônibus e são olhadas
Adornam-se de arbustos
Tornam-se perigosas, camufladas
Com leite derramado da alma
Têm tetas, asas.
dívidas, agendas, mapas, bússolas, dor.
Aprenderam a ouvir o canto do homem com a língua de madeira
São antigas, milenares, pertencem a templos
consultam oráculos, fazem preces ajoelhadas
oram pela felicidade do mundo e têm certezas guardadas
Mulheres são alquimistas: transformam topázio em esmeralda
Esmeralda em safira. Safira em rubi.Rubi em ametista.
Ametista em orvalho. Orvalho em anêmona. Anêmona em girassol.
Girassol em cassidonia. Cassidonia em ágata.
Ágata em nave. Nave em águia. Águia em águia.
Mulheres cortam os pulsos, abrem o gás, caem de edifícios.
sobem montanhas. Andam de bicicleta.barco. Avião.
Sentem medo. Atravessam paredes.
E se tornam metáforas, anáforas, foguetes.
(Marize Castro – poema extraído do livro poço, festim, mosaico)