Saúde mental infantojuvenil em vídeo-poesia: Livro Humano – Rabiscos autobiográficos em pele e sangue
Isabel é uma adolescente de 16 anos que vive em São Paulo e gosta de ler, escrever, ver filmes de terror e pensa em ser jornalista ou médica cirurgiã cardíaca. Ela começou a frequentar um CAPSij onde Julia trabalha como psicóloga. Embarcavam em uma difícil tarefa de buscar dar sentido à essa peculiar manifestação do sofrimento no corpo: o ato de cortar-se. Indagavam-se de que forma escutar tais inscrições corporais e o que elas poderiam nos contar sobre nossa história. Uma biografia. As perguntas iniciais: E se o nosso corpo fosse um livro que pudéssemos ler? Que histórias ele contaria? Conseguiríamos decifrar suas palavras?
Daí a idéia de um “livro humano”. Pressupõe que cada um carrega suas marcas, cicatrizes e dores. Mas que nem sempre podemos ler seus traços e escutar suas palavras. O resultado foi um vídeo-poesia, ou uma poesia cujas palavras e imagens misturam-se na tentativa de leitura das marcas da morte que habitam a produção de vida.
Esse vídeo é um convite. A um percurso solitário pela leitura sobre as cicatrizes que não estão apenas no corpo, mas também na alma. A viajar pelo mundo que você chama de corpo, pela sua geografia, sua história e seus idiomas.
Esse vídeo é um cuidado. Ele carrega o desejo de compartilhar pistas de trajetos para explorar a si mesmo. É uma vontade de que outros possam sentir-se acolhidos e compreendidos, para que possam se aventurar pelas trilhas da morte para encontrar a vida.
Por Emilia Alves de Sousa
Comovente a história da Isabel! O modo usado para dar voz ao seu sofrimento, usando o próprio corpo como livro, muito criativo e tocante!
Parabéns Júlia por nos mostrar um modo diferente de produzir saúdee mental, valorizando o acolhimento, dando lugar ao protagonismo da pessoa! E obrigada pelo compartilhamento do vídeo neste espaço!
AbraSUS?
Emília