RODA DE CONVERSA COMO FERRAMENTA PARA FALAR SOBRE SAÚDE NO TRABALHO
No mês de julho foi realizada uma Roda de Conversa sobre saúde nos ambientes, processos e relações de trabalho com servidoras/es de um Instituto Federal de Educação. A proposta de desenvolvimento dessa atividade foi construída na disciplina “Humanização na Saúde”, do mestrado de Ensino na Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas, a qual é conduzida pelo Prof. Sergio Aragaki e pela Profª. Cristina Camelo. Durante a disciplina foi proposto que realizassemos Rodas de Conversa em nossos ambientes de trabalho.
A Roda de Conversa é uma ferramenta que possibilita a construção de um espaço de diálogo horizontal e compartilhado. Realizar a Roda de Conversa com as/os servidoras/es do Instituto permitiu que elas/es relatassem como se sentem em seus ambientes de trabalho, abordando potencialidades e dificuldades. Assim como, possibilitou trocas de saberes e fortalecimento de vínculos.
Espaços como esses permitem que as/os trabalhadoras/es pensem e conversem sobre seus processos de trabalho e não sejam apenas executores de rotinas administrativas e/ou de procedimentos. No processo de diálogo pode-se construir estratégias coletivas para superação de possíveis dificuldades e compartilhamento de experiências que deram certo.
Durante a Roda de Conversa, de modo geral, as/os profissionais relataram que estão satisfeitas/os com a estrutura física do Campus, com algumas queixas em relação à falta de salas para desenvolvimento do trabalho. Assim como, foi relatada que as relações de trabalho são, de modo geral, tranquilas e harmoniosas.
As dificuldades levantadas referem-se as condições e processos de trabalho que são prejudicadas devido ao número insuficiente de servidoras/es. Elas/es sentem-se sobrecarregadas/os com as demandas de trabalho. Assim como, a atual política do governo federal preocupa grande parte das/os servidoras/es, a instabilidade política, os cortes, a retirada de direitos e etc.
Outra questão refere-se as modificações que a instituição vem passando em relação à jornada de trabalho. A regulamentação da flexibilização da jornada de trabalho, por meio de Decreto Presidencial e Portaria do Reitor, garantia que as/os trabalhadoras/es fizessem uma jornada de 30 horas semanais. No entanto, após auditoria da CGU e TCU, diversas/os profissionais perderam o direito a flexibilização. Tal fato, tem gerado grande insatisfação e foi levantado, durante a Roda de Conversa, como um fator de estresse no trabalho. Para as/os profissionais a jornada de 30 horas semanais possibilita uma maior qualidade de vida e permite que a pessoa dedique-se a outras dimensões da vida, como a família, lazer, estudos e etc.
Para as/os participantes todas essas questões relacionam-se com a maneira como o/a trabalhador/a vivencia seu trabalho, interferem em suas condições de saúde/doença e influenciam nos ambientes e condições de trabalho.
Por Emilia Alves de Sousa
Sem sombra de dúvida, a roda é um potente dispositivo para ampliar o diálogo no cotidiano de trabalho, problematizar as dificuldades demandadas e disparar mudanças em benefício de todos. Todos são beneficiados, quando o diálogo é circular, e possibilita a participação democrática nas discussões dos problemas que envolvem o cotidiano de trabalho.
Olhando as questões discutidas pelos trabalhadores, me senti no hospital que trabalho. Muitos desses problemas permeiam a nossa realidade de trabalho.
Tenho uma pergunta, além dos trabalhadores, os gestores também participaram da roda? Se não, os problemas identificados serão discutidos e/ou encaminhados para que tomem conhecimento, e façam uma devolutiva para o coletivo de trabalho?
Belo relato Bárbara! Valeu pelo compartilhamento! Ah, o que acha de inserir uma imagem para um maior destaque do texto?
AbraSUS!
Emília