Trabalho realizado na disciplina Humanização da Saúde, do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas (MPES-FAMED-UFAL).
A Oficina Vivenciando os Sentidos foi realizada com os alunos do 2o ano do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL) surgiu a partir do fato da necessidade de se “colocar no lugar do outro” de modo a valorizar os ganhos obtidos com os seus pacientes nas terapias assim como de se reconhecer como um ser com diferenças e que precisam ser respeitadas. Dessa maneira, a oficina se propôs a fazer com que o aluno vivenciasse na prática a importância dos cinco sentidos no dia seu dia a dia, o que na prática muitas vezes não é valorizado e nem lembrado por eles bem como de fazer com os mesmos experimentasse a ausência ou dificuldade em algum sentido assim como a deficiência e como ela pode repercutir na sua vida cotidiana. A oficina foi composta das seguintes atividades : os discentes vivenciavam a ausência de um ou mais sentidos (visão, audição e/ou tátil) juntos ou isoladamente, onde os mesmos tinham que realizar atividades proposta pela facilitadora. Os discentes também foram desafiados a sentir sabores e cheiros diferentes , “sem pegar e sem ver” e descobrir do que se tratada de modo a incentivar os sentidos do olfato e da gustação ; foram incentivados a decobrir músicas distorcidas de modo a perceber a dificuldade de uma pessoa com deficiência auditiva ; e por fim vivenciaram as dificuldades que uma pessoa que utiliza a cadeira de rodas como meio de locomoção enfrenta para ter o seu direito de ir e vir garantido. Para tanto, os discentes utilizaram desde a cadeira de rodas como muletas e andadores nos corredores da universidade, onde foram incentivados a irem a locais corriqueiros deles (sala de aula, banheiros e recpeção) , mas que para tanto tinham que fazer uso do elevador e/ou de escadas. Ao término da vivência foi realizado uma roda de conversa com os mesmos onde eles relataram a sensação vivenciada. Todos foram unânimes em relatar a dificuldade de ter alguma deficiência em um mundo que pouco acessível. E a grande lição tirada desse momento ? “Somente aqueles que vivenciam todos os dias essas dificuldades vivenciadas por nós por apenas 2 horas, sabem as dificuldades que eles passam e essa vivencia mostrou que precisamos que os todos entendam e respeitem as suas necessidades e a ajude-as a superar. Por tanto , todo profissional, precisa antes de dominar a melhor técnica e ter o melhor conhecimento, ele precisa acima de tudo se colocar no lugar do outro, para respeitar e incluir o individuo dentro da nossa sociedade.” (MJ, 2o de Fisioterapia) . Acho que uma semente foi plantada! Pois o primeiro passo para HUMANIZAR é se permitir reconhecer a necessidade do outro! Avante!
Clarissa Cotrim dos Anjos – Aluna do MPES FAMED UFALA
Sérgio Seiji Aragaki (coord.) – MPES-FAMED-UFAL
Cristina Camelo de Azevedo (coord.) – MPES-FAMED-UFAL
Por Wallacy Jhon S. Araújo
Como fisioterapeuta, acredito que devemos passar por experiências que possam esclarer quão incapacitantes são as dificuldades que nossos pacientes encontram no seu dia-a-dia. Seja um déficit visual, auditivo ou até mesmo o não acesso à lugares para portadores de deficiência física. Desta forma, trabalhar humanização deste os primeiros períodos é preparar o aluno para obter um olhar diferenciado, não apenas para a atenção ao paciente, mas também, para discutir outros fatores que influenciam no papel da humanização em saúde, como por exemplo a corresponsabilização.
Parabéns pelo trabalho Clarissa.