Crítico, Pós-crítico, Hiper-crítico: como se desdobra para o Trabalho e Educação na Saúde?

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herlonbezerra 30/03/2010

Move-me uma necessidade de sentir as reverberações de algumas intuições nesta rede…

Sem buscar a evidência argumentativo que sinto merecer a idéia a seguir (num outro momento, talvez), aparece-me claro que uma correta nomeação do que tem sido chamado de "perspectivas pós-críticas em Educação" seria melhor nomeada por "perspectivas hiper-críticas em Educação". Pois não se trata de jogar fora "o menino junto à água da bacia": trata-se de caminhar com a tradição crítica de um modo que ela própria se supere ante novos e singulares horizontes sócio-culturais – trair por fidelidade, como diria Derrida sobre sua relação com a Psicanálise.

Daí uma tarefa investigativo que me parece honrosa: se é certo que foi a tradição crítica (em toda sua diversidade fratricida – Lourau…) que matriciou movimentos impulsionados por idéias-força possibilitadoras de eventos como, por exemplo, uma Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (central, apesar e por conta mesmo de suas contradições internas, convocatórias de suprassunções dialéticas e dialógicas), que possibilidades se abrem neste campo se buscarmos radicalizar, nele, as pretensões de auto-superação crítica de tal tradição: hiper-crítica?

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5 Comentários

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Por Luciane Régio

Obrigada! Atravessamentos oportunos. Pra falar a verdade, estou deitada numa cama de pregos de "EPS", desde a semana passada… super bem-vindo o tema!

Luciane

    Por Pablo Dias Fortes

    Lu, fiquei curioso e preocupado (deveria?) com esse tom. Pode ser mais específica? 

    Bjs,

    Pablo Dias Fortes

      Por Luciane Régio

      Especialmente, "Pablo"… é sempre bom contar contigo para algumas conversas! Olha só, correria dos dias, ainda quero falar mais sobre esse assunto EPS, mas quero parar para organizar algumas observações, refreando um pouco mais os meus impulsos. No entanto, o que tu mesmo disseste ao Herlon, conduz pelo caminho onde me encontro (em grifos meus, inclusive um pouco do que sonho):

      "… a verdadeira possibilidade (liberdade?) de profundas reinvenções no cotidiano/trabalho (paradoxalmente, aliás, objeto não só da EP como de inúmeras outras políticas de formação), equanto força instituinte mais do que instituída, enquanto espaço de produção do novo, do novo monstruosamente novo, ainda aguarda o seu salto qualitativo através de milhares de microrrevoluções pelo mundo."

      Daí, a síntese foge, escapa pelos meus devires, em utopias imensas! Sentir que a realidade ainda habita mais o campo discursivo, e saber que as práticas levarão muito tempo para serem alteradas, estando todos nós no início, no meio, sei lá, em algum lugar nesse caminho… o que eu quero dizer, ainda não sou capaz de produzir em palavras, por isso a metáfora de estar numa cama de pregos… na impotência de traduzir o que sinto-penso, estou tentando refrear tudo que não colabore efetivamente nesse grande processo de transformação.

      Acho que  tu e Herlon já estão me ajudando …

      Vamos conversando,

      abraços, Luciane

      Por Pablo Dias Fortes

      Luciane, vamos então botar esse tema na roda… quem sabe girando rizomatizamos ainda mais…

      Grande abraço!

      Pablo Dias Fortes

Por Pablo Dias Fortes

Herlon, parece ontem que tratamos desse assunto…

Concordo contigo quanto às "raízes críticas" da EP (e haja genealogia nessa história!), e mais ainda com a pro-vocação em torno das perspectivas pós-críticas e, quiçá, "hiper-críticas".

Ainda que conheçamos todos os inconvenientes de novas ou renovadas metanarrativas, sem, como isso, cairmos num cômodo monismo relativista, acho difícil prevermos todas possibilidades dessa "auto-superação" que você aponta. No limite, estaríamos falando mesmo de uma outra sociedade, de arranjos políticos completamente outros e inéditos, mundo, enfim, de novas e incríveis sociabilidades (não seria esse, afinal, o grande aprendizado?). O curioso é que – pelo menos é assim que imagino – quem mais resistiria a esse impulso, a esse devir que mal cabe agora em nossos corpos, seriam as próprias perspectivas críticas. Pois a história é também lugar e palco da inércia, de suas outroras virtudes ossificando-se aos poucos em vícios. Enfim, acho que a verdadeira possibilidade (liberdade?) de profundas reinvenções no cotidiano/trabalho (paradoxalmente, aliás, objeto não só da EP como de inúmeras outras políticas de formação), equanto força instituinte mais do que instituída, enquanto espaço de produção do novo, do novo monstruosamente novo, ainda aguarda o seu salto qualitativo através de milhares de microrrevoluções pelo mundo. Por isso esta(re)mos aqui, traindo por fidelidade, para não deixar também que o menino vá junto com a água da bacia.   

Espero continuar….

Pablo Dias Fortes