Inicio minha reflexão buscando o conceito de CAPS e de HOSPITAL. CAPS = Centro de Atenção Psicossocial; HOSPITAL = Estabelecimento (também denominados hospícios ou manicômios) são hospitais especializados no tratamento de doenças mentais e/ou de transtornos mentais.
A palavra centro por si só soa melhor do que a palavra estabelecimento, e além disso ela nos traz a ideia de aqui ali exista um diálogo técnico mas afetivo, um direito de participação de todos, como se fosse uma roda de conversa. E sim, CAPS é tudo isso, ele proporciona um ambiente ( que na visão de leigos parece um lugar de loucos, gente perturbada ) harmonioso, além de ter objetivo total em atender a demanda que uma determinada pessoa traz, o CAPS sempre está buscando maneiras de reinserção social da mesma, ele possibilita a realização de diversas atividades como o artesanato.
Já um hospital psiquiátrico parece ter um olhar totalmente focado nas questões técnicas, os chamados sinais vitais. A preocupação de reinserção social acaba não existindo nesse local e o conceito de melhora para as pessoas que estão ali necessitando do serviço acaba sendo através de medicamentos, quartos fechados, mais medicamentos, contensão por que não?, se ele está agitado vamos conter não é mesmo? É uma tremenda hipocrisia acreditar que esse é o melhor jeito de tratar uma pessoa que está em surto de transtorno ou mental ou que é portadora de transtorno mental.
Fico pensando, e se tratássemos qualquer pessoa, que não necessita desse serviço do hospital psiquiátrico, da forma que tratam as pessoas que estão internadas lá, como se sentiriam? será que iriam ficar tranquilas? ou será que iriam ficar mais agitadas/”loucas”?
Por patrinutri
Olá Bruna que bom tê-la por aqui na Rede Humanizasus!
Moro em Blumenau SC onde a rede de caps é muito potente, no que se refere ao cuidado sem amarras para seus usuários. E o grande foco é a reinserção social destas pessoas.
Em alguma medida concordo quando você se refere aos hospitais como espaços mais restritivos. Porém me permita discordar que a intenção é limitar. Acho que a proposta é cuidar e tratar, mas o modo de ver este tipo de ação toma como base a medicalização e a condução mais centrada na equipe de saúde, não incluindo o usuário e o que sabe sobre si, suas redes sociais e família. São visões de saúde e de cuidado diferentes da linha aplicada nos caps que seguem os preceitos da reforma psiquiátrica.
Muito bom conversar sobre este tema aqui na RHS. Que bom que vc trouxe esta comparação entre caps e hospital no que se refere a saúde mental. Seguimos conversando. Bjs Patricia