RODA DE CONVERSA SOBRE ACOLHIMENTO AOS FAMILIARES DURANTE A VISITA EM UMA UTI ADULTO DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO

Oi Maria de Fátima.

Excelente a escolha do tema para abrir esse debate em roda.
O processo da hospitalização gera muitas expectativas e insegurança na pessoa doente, e não basta autorizar a visita e/ou o acompanhante. É preciso também acolher esses sujeitos com uma ambiência adequada e com escuta qualificada. Pois a preservação do vínculo da família e da rede social é muito importante para a recuperação da pessoa hospitalizada. E a roda de conversa, sem dúvida, é uma ótima oportunidade para dar voz a essas pessoas, para conhecer as suas dúvidas e necessidades. Isto fortalece a autonomia e o protagonismo no tratamento.
Gosto muito deste poema que retrata bem a importância da visita e do acompanhante, e compartilho aqui:

Forte Apelo
Para cuidar de alguém No momento da enfermidade Precisamos do calor De toda a comunidade, Dos amigos, da família, De muita fraternidade Por isso preste atenção Naquilo que vou falar Visita é uma coisa séria Ajuda o doente a curar Faz ele ficar ciente Do que acontece no lar Quando a doença pega Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante 27 Tudo fica diferente: Passamos a ser doente A casa fica distante E tudo o que se fazia A vida muda bastante Parece ficar vazia Ficamos sem paciência E também sem alegria Mas quando, no hospital, Chega a hora da visita Vem um clima diferente E a gente acredita Que tudo vai melhorar, Que a vida vai ser bonita A visita dos parentes E dos amigos distantes Dá força pra levantar Tocar a vida adiante Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante Sentindo que essa presença Nos deixa mais confiantes A gente se sente melhor Dá vontade de comer Falar das coisas da vida Do que cerca o seu viver. Então já não sou só doente Tenho um nome, sou um ser. Tenho um nome, SOU UM SER.. Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante Que não foi caso pensado Outra coisa é o horário Que é sempre muito pouco Pra tanto o que se falar Pra tanto tempo distante Seria muito melhor Que tivesse acompanhante Pra ajudar nos cuidados E pra fazer companhia Vigiar quando preciso Sei que é muita correria Não tem por que dispensar Esse apoio dia-a-dia Digo então pros hospitais Como doente que fui: Visita nunca é demais É força que contribui Pro enfermeiro ou doutor Aliviar minha dor 29 Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante Por fim, quero dizer Reforçando o meu recado: No plantio da semente Deve o chão tá preparado Senão tem um grande risco De nascer atrofiada Meus amigos, meus irmãos Que trabalham na saúde, Preparem o coração, Mudem de atitude, Acolhendo os visitantes De forma ampla, afinal Que os serviços de saúde E toda gente envolvida Possam ser os guardiões E os promotores da vida Adotando a visita Aberta no hospital.
(Cartilha da PNH Visita Aberta e Direito a Acompanhante )

Olá meninas,
Legal a postagem de vocês provocando uma reflexão da vivência desses familiares que muitas vezes são ignorados. É fundamental apresentar um SUS que acolhe, escuta e dar autonomia e protagonismo. A gestão participativa/democrática proposta pela PNH veio justamente para construir coincidências entre interesses e desejos dos sujeitos (usuários e familiares, trabalhadores e gestão) no cotidiano das Unidades de Saúde .

AbraSUS!

Oi Fátima e Eladja!
Parabéns por terem proporcionado esse momento de escuta e reflexões sobre um tema tão importante de ser discutido entre profissionais, usuários e graduandos. Esse tema é de interesse geral, uma vez que ter vivenciado a angústia de ter um parante ou amigo em UTI é bastante comum, fazendo com que a escuta das experiências/opiniões de usuários e familiares seja fundamental para que os profissionais possam encontrar melhores soluções para as dificuldades apontadas e com isso promovam o fortalecimento do serviço.

Olá Meninas,
Que momento rico vocês proporcionaram a esses familiares, alunos de enfermagem e profissionais, quanta informação e conhecimento!
Como vocês bem citaram no post sobre a PNH,” O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde, de forma a atender a todos que procuram os serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo no serviço uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários ( PNH, 2010).”
AbraSUS.

Parabéns por essa iniciativa de debater o acolhimento na UTI. É fundamental para compartilhar o que as familias passam nesses momentos difíceis. O acolhimento não é só dar um atendimento para o usuário, mas também passar um bom atendimento para a família, passando todas as informaçõa do paciente tendo um linguagem informal para a compreensão dos familiares. Assim, cada vez mais
o SUS se tornar humanizado e produzindo mudanças nos modelos de atenção ao usuário.

Excelente iniciativa em fazer essa discussão com os familiares sobre o acolhimento na UTI. Nem sempre o acolhimento é só para o usuário, principalmente nesses casos deve ser feito um atendimento a família, sempre os deixando a par do que está acontecendo de forma clara e de boa compreensão.

Fátima,
Compartilho o prazer que foi desenvolver essa roda com você.
Abordar a importância do a Acolhimento, UTI Aberta com os familiares foi muito gratificante. Ao realizar essa roda, percebi o quanto o acolhimento, a escuta ajudam no fortalecimento dos familiares. Como eles saem confiantes e compreendendo melhor o boletim médico.
AbraSUS!

Meninas! Parabéns pela importante roda que vocês fizeram! De extremo significado a abordagem sobre o acolhimento aos familiares de pacientes em UTI aberta! Na verdade, acolher, ouvir, ser capaz de esclarecer dúvidas, dar vez e voz são atitudes que fomentam o fortalecimento do serviço. Vejo a visita como um momento de extrema importância não só para o enfermo mas para seus entes queridos. Afinal, todos nós somos suscetíveis a estar nessa ou naquela posição. Vamos fortalecer o serviços e construir vínculos! Somos humanos! Somos SUS!

Maria de Fátima e Eladja, parabéns pelo tema escolhido para a roda de conversa, enriquecido pela participação multiprofissional (assistente social, enfermagem, psicologia e estudantes) e dxs usuárixs. Um dos dispositivos da Política Nacional de Humanização é a visita aberta e direito à acompanhante. Durante a internação o(a) paciente se isola do convívio cotidiano e de sua rede social, afetando significativamente no processo terapêutico. A partir da visita aberta e direito ao acompanhante é possível intervir no estado de doença em diversas nuances – entendendo o paciente e o meio em que este vive; identificando as necessidades do doente e cuidadores; mantendo inserção social; confirmando o afeto do cuidador através da participação no seu tratamento, dentre outros. A partir disso é possível propor um projeto terapêutico singular.
AbraçaSUS, HumanizaSUS!

Eladja e Maria de Fátima, parabéns pela temática.
A escolha das perguntas norteadoras foi bastante pertinente, pois fazem referência ao maior número de queixas. E as respostas acabam atuando como termômetro da satisfação dos mesmos para com o serviço e com o sistema. Levar conhecimento, significa provocar reação e consequentemente, provocar mudanças. Geralmente o paciente levado para a UTI é aquele que requer uma atenção contínua de conduta imediata, caso haja intercorrência até o restabelecimento do quadro. Nesse momento tanto paciente, quanto acompanhante se encontram num estado de maior vulnerabilidade sendo válidos um cuidado e presença maior por parte dos profissionais, com as informações necessárias e numa linguagem entendível. Nos colocar no lugar do outro proporciona uma “abertura” do campo visual e atina para a necessidade de mudança.

Fátima e Eladja,
parabéns por escolherem um tema tão delicado e ao mesmo tempo tão importante de ser discutido e enfatizado dentro dos hospitais, pois quando temos um parente ou amigo hospitalizado nós também ficamos fragilizados e muitas vezes o contato com os profissionais de saúde se dá de forma a não sentirmos (falo como usuária) o acolhimento devido e muitas vezes não é dado a devida informação de forma clara à família.
Essa roda de vocês me cativou e as incentivo a fazer sempre e estimular os outros setores do hospital a realizarem também, pois é importante e HUMANO saber os anseios e fragilidades vividas pelos familiares para que essa realidade seja modificada para o bem do paciente e das relações entre os profissionais de saúde e os familiares de pacientes.
“O acolhimento é apresentado como a diretriz de maior relevância ética, estética e política. Ética, por se pautar no reconhecimento da subjetividade do usuário; estética, quando propõe a dignificação da vida e do viver; e política, pelo fato de implicar o compromisso coletivo de envolvimento no processo de produção de saúde. ” (Ministério da Saúde, 2010b).