Era meados de junho de 1990, quando em marcha , pelo numero 94 do 9º GC, dentro do TG 04014 de Passos, "Tiro de Guerra", quando me deparei , com aquela cena, assustadoras para mim, vi uma situação de verdadeira miséria, casas de lonas pretas, folhas de latão, esgoto a céu aberto, crianças descalças, mesmo vindo de uma família muito humilde, em que meu pai José Dionísio de Castro, ganhava um salário mínimo , para cuidar de oito filhos, descobri nesta época, o quanto era guerreiro, minha mãe Hilda Eugenia da Silva Castro, cuidando de todos os filhos, e de, um pai !!!, com todo zelo, amor e bastante repreensão.
Tudo bem, passou, já estamos longe, estamos em uma estrada fora da cidade, rastejamos,atiramos com mosquetões (fuzil), depois voltamos a pé para casa. A noite, aquelas cenas não saiam da minha cabeça, era muita miséria para aquele povo, ficava pensando, como poderia ajudar…
Novembro de 1991, estava começando a trabalhar na Santa Casa de Passos, auxiliar de laboratório, havia terminado o Tiro de Guerra, vida nova, e bota nova nisto !!mas só conto depois…
Por vilmar eugenio de castro
Continuando, ao trabalhar na Santa Casa de Passos, observava a carência dos tanto de pacientes, profissionais da saúde e gestores…conclui que havia muito a ser feito nos três seguimentos. Um ano após, estava prestes a casar de "urgência" diga-se de passagem, quando um tio meu, me ofereceu uma casa que havia acabado de comprar, por incrível que pareça, a casa estava próximo ao local que passei durante o tiro de guerra.Após mudar para a nova residência, fui convidado a participar da Associação de Moradores, montei uma chapa e venci as eleições, com certeza foi a maior e melhor escola que já frequentei, comecei a sentir na pele a dificuldade da população ao acesso em saúde.
Fiz, juntamente com minha diretoria, pessoas também preocupado com a situação daquela comunidade, um sério levantamento da real situação da localidade, descobrimos que não havia sequer um posto de saúde próximo, animais sendo criados dentro do bairro, falta de saneamento básico, o que pode ser comprovado pelo auto número de verminoses nas crianças, falta de segurança pública, comércio de drogas a luz do dia…havia muito por fazer…pois percebemos a total falta do ESTADO naquele local, mas não desistimos, e implementamos vários projetos e trabalhos que de forma graticante, mudou para sempre a vida daquela comunidade, quer saber o que foi feito??? continue acompanhando as próximas publicações, há antes que eu me esqueça, até aquele momento já estava observando o SUS, com duas visões diferentes, TRABALHADOR e USUÀRIO…até breve !!!