HUT continua ativo nos transplantes realizados no Piauí
O Hospital de Urgência de Teresina Dr. Zenon Rocha por meio da sua Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes – CIHDOTT obteve um crescimento de 16% no número de captação de córnea em 2010 em relação ao ano de 2009. Com quase dois anos de funcionamento a CIHDOTT já é responsável por 65% das doações de órgãos e tecidos no Piauí.
Formada por três enfermeiros, dois psicólogos e uma assistente social a CIHDOTT realiza, diariamente, a busca de órgãos, tecidos ou partes do corpo humano visitando todos os postos de enfermagem do HUT. “É um trabalho delicado que ainda enfrenta muitas dificuldades, principalmente, de recusa das famílias”, explicou a gerente da CIHDOTT, Nadja Miranda.
Mesmo ainda tendo índices de doação de órgãos muito pequenos frente aos grandes centros transplantadores, o Piauí tem acompanhado os índices de crescimento nacional, se comparados aos números de transplantes de órgãos de 2009 para 2010. Em 2009 o HUT realizou 61 captações de córneas sendo que em 2010 foram 71. Um aumento de 16% no número de captações de córneas.
O número de doadores de córneas no Piauí cresceu 23% de 2009 para 2010. Durante o ano de 2010 foram realizados 119 transplantes de córneas em todo Piauí sendo que 64% destes doadores foram captados pelo HUT. Dos transplantes de rins o HUT responde por 75% dos doadores.
Um doador de córneas em potencial deve ter entre 02 e 65 anos por conta da qualidade do tecido e as córneas podem ser captadas até seis horas após a parada cárdio-respiratória. No Piauí existem 450 pessoas aguardando uma doação de córneas e 350 aguardando doação de rins, segundo dados da Central de Transplantes do Piauí.
Para Nadja Miranda, esse aumento no número de doadores repercutiu, significativamente, na diminuição da fila de espera por uma córnea no Piauí. “Em janeiro de 2010 haviam 680 pessoas aguardando por um transplante de córnea no nosso estado. Em janeiro de 2011 esse número diminuiu para 450 pessoas. Ou seja uma queda de 30%. Isso nos motiva a continuar trabalhando para diminuirmos cada vez mais esse número e quem sabe um dia conseguir zera a fila de espera e consequentemente o sofrimento de centenas de pessoas”, destacou.
Clara Leal, diretora geral do HUT, explicou que é preciso trabalhar para sensibilizarmos as pessoas sobre a importância da doação de órgãos e que qualquer pessoa pode ser doador bastar externar sua vontade para seus familiares. “Precisamos sensibilizar a população para que a doação de um orgão seja reconhecida não só como um ato de amor e solidariedade, mas também como o ato de cidadania”, diz a diretora.
Por Rejane Guedes
Algo ‘estranho’ acontece quando leio notícias sobre as centrais de transplante. Sou arrebatada por um misto de admiração e assombro. Admiro aqueles profissionais que buscam entre os internados graves os potenciais doadores para minimizar o sofrimento de tantos que aguardam nas longas filas de espera pela compatibilidade que trarão novas oportunidades para viver melhor ou sobreviver.
Meu pai não era doador (assim dizia sua carteira de identidade). Quando entrou em coma insisti para que minha família aceitasse a doação. Com muita dor colocamos seu corpo a disposição da central de transplantes (mas, infelizmente, nada pôde ser aproveitado). Estaríamos alegres se soubéssemos que aqueles tecidos e órgãos do nosso ente querido tivessem ajudado outras pessoas.
Concordo que é preciso intensificar a divulgação dessa ação que ultrapassa um protocolo. Envolve a relação das pessoas: da família com o familiar; da família com a equipe; da equipe (entre si) ; da equipe com as (outras) equipes.
Parabéns pela seriedade que demonstram nesse post.
Re.j.e