6 Comentários
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Jacque: Riobaldo não é mole não… Apesar do nome, veja só, atravessou até o Atlântico…
Acho que isso dá uma ideia da verdadeira geografia da arte… o Sertão está em toda (p)arte…
Lembro também do Mia Couto aqui no Rio, num congresso de linguística promovido pela UERJ. O cara é mesmo sensacional: em cada palavra inventada, a linguagema da coisa…
Beijão,
Pablo
cada vez mais fã do Mia Couto… obrigado pelo vídeo .Abraço Gustavo
Gustavo: prazer enorme "vê-lo" por aqui!
Abração!
Por Rejane Guedes
Querido Pablo.
Começar a semana com Mia Couto na RHS é prenuncio de muitas reflexões e diálogos que são característicos daqueles posts que instigam a pensar nossas práticas e também pensar sobre as construções dos pensamentos que movem nossas ações.
Com atenção às palavras do grande escritor, penso que o MEDO pode ser PEDAGÓGICO.
Como todo ‘dispositivo’ pedagógico, contém elementos de retração/contenção e de avanço/alavancagem. Assim o digo pensando nas forças que nos movem, que movem nossas escolhas cotidianas, que movimentam nosso agir no mundo.
Sem uma certa dose de MEDO, podemos nos tornar tiranos de nós mesmos e dos outros, agindo sem moderação, agindo sem levar em conta as relações com os desejos e necessidades do campo relacional.
Nossas atitudes podem ‘petrificar’ idéias em teias de poder, podem revelar estratégias maquiavélicas, assim como os tiranos emparedavam os trabalhadores no muro por eles construidos, como forma de dar ‘exemplo’ aos que ousavam questionar, que ousavam discordar. O efeito desse ‘endurecimento’ é a necrose do tecido relacional, que em muito poderia ser revigorado se as idéias fluissem com mais leveza.
Pensarei sobre essa questão.
Boa semana para tod@s, Com doses homeopáticas de ‘medo pedagógico’, evitando o descomedimento do ‘medo paranóico’ que nos aprisiona em teias petrificantes.
Rejane Guedes.
Rejane: seu comentário está, como sempre, perfeito!
P.S: adorei a tirinha…
Grande beijo!
Por jacqueline abrantes gadelha
Querido Pablo,
Tinha que ser você a nos trazer este presente! Tive oportunidade de ouvir Mia Couto aqui no festival literário de Pipa/RN e fiquei encantada com o escritor que tem em Guimarães Rosa o seu grande mestre.
Agora ele nos fala do mestre que faz desaprender: o medo. Destaco os trechos que mais me comoveram:
"Pra fabricar armas é preciso fabricar inimigos; pra produzir inimigos, é imperioso sustentar fantasmas."
Nessa geografia, erguem-se "mais muros do que estradas"; e "a indignação torna-se menor do que o medo".
"Não há hoje no mundo muros que separem os que têm medo dos que não têm medo".
Maravilhoso Mia Couto! Obrigada por compartilhar!
Beijos,
Jacque