Silhuetas: para um 2012 reflexivo entre nós.
Silhuetas
Preso as janelas, inclino e declino as projeções de minh’alma.
Ora confuso, ora objeto, ora o supra sumo de meus eus, alma minha.
O assento que desejo me transporta aos acentos que preciso para me doar, receber,conduzir, viver.
Exclamações, interrogações, um viver agudo, intenso quando em repouso na lápide noturna, meus sonhos, reticências, intenso parágrafo.
Se levanto, me deixo turvo,dois pontos, meu ser nostalgico por entre fissuras, entre lembranças das silhuetas que vejo lá, nas janelas de minh’alma. Tantas, que me perco ainda tentando me achar.
Sombras de um tempo áspero, esse, a tua frente, olhos diversos, sombras, para onde iremos? A quem seguir? Para onde ir?
Vou falar- te, oh futuro, falar-te do hoje, esquecendo caso haja, o sempre. Há?
Silhuetas que se alimentam da luz, sombras que se emanam à noite.
Vida, que intensa és, onde o pleno se desfaz numa sombra por trás das janelas que assentado ainda vejo, ainda choro, ainda busco entender.
Silhuetas entre nós, querem iluminar-se, querem expressar o ato, a cena, o texto e o contexto por entre as fagulhas, os restos, os reboques, a vida.
Confundócas miocárdias por entre os capilares e safenas a bater, pulsar, sentir. No qual a cada fim, existirá um recomeço.
Silhuetas que se renovam seja na vida ou quem sabe além dela.
Silhuetas que acolhem, que colhem, buscando por entre o dialético, a forma, o intenso gosto pelo ser, pelo outro, pelos outros, pelas sombras refletidas em cada um de nós.
Por Djairo Alves(31/12/2011-13:31)