Durante a 10º Semana de Enfermagem do Hospital Getúlio Vargas (HGV), que aconteceu nos dias 15 e 16 de maio, a palestra tema do evento foi “A arte de cuidar de si”, com o professor da Universidade Federal do Piauí, Luizir de Oliveira. Com facilidade e estratégias, o professor de filosofia, abordou alguns pontos que considera essenciais para o bom desempenho e não adoecimento.
Para ele, o profissional da enfermagem está o tempo inteiro sob pressão e corre o risco de ser instrumentalizado dentro do processo de cuidar do outro e termina esquecendo de si. Para Luizir, o profissional de enfermagem precisa se sentir também protagonista desse processo para que ele não venha adoecer física e espiritualmente.
O primeiro ponto que ele considera importante é a meditação diária, o que ele chama de preparação para começar o dia, “porque tudo pode acontecer no meu dia, até nada, se eu me preparar para os acontecimentos, positivos ou negativos, porque sou eu que dou um peso aos fatos, quando eles acontecerem, o meu espírito vai estar menos predisposto e resistente. E no fim do dia, eu repasso esse dia para analisar o que aconteceu? Porque eu me irritei e como eu reagi aos acontecimentos do dia?. Esse é o primeiro exercício, da meditação” explica Luizir.
O segundo ponto, que ele abordou é a importância do outro “nenhum de nós, consegue cuidar de si sozinho, isolado, eu sempre preciso do outro, eu preciso ter alguém com quem trocar, preciso de amigo, em que eu confie, alguém que eu possa falar de coração aberto, sem me julgar e que vai me ajudar a sair das situações em que eu estou”, pontua o professor.
O terceiro, o professor de Filosofia destaca que é aprender a olhar do alto. “Quando as coisas começam a sair do controle, a gente se mistura com elas e não consegue enxergar mais nada. Então, o exercício é conseguir se afastar do problema para conseguir dá a dimensão real do fato. Afastando-me eu consigo visualizar que as coisas que são minúsculas, estão me desestruturando a troco de nada, dessa forma, consigo perceber, que na verdade o que estava me afetando tanto, é bobagem”, destaca.
A Gerente de enfermagem do HGV, Cecília Viana, disse que o tema foi providencial porque os profissionais de enfermagem estão adoecendo com o decorrer do tempo. “É necessário, chamar atenção para o problema e que antes de cuidar do outro, precisa cuidar de si, daí a importância dos tema trabalhado”, explica Cecília.
Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg
Olá Fátima, como vai?
É muito relevante pensar na prática do cuidado de si em saúde e em tudo o que se refere a viver uma vida plena.
Michael Foucault voltou aos gregos e suas práticas voltadas para a construção de uma arte de viver. Tratava-se de uma ascese, uma busca de transformação da existência como obra de arte.
Tudo isso pode parecer à primeira vista distante do tema mais específico de teu post, mas não está de forma alguma. Quando buscamos trabalhar no cuidado em saúde de forma ética, nos agenciando com modos potentes de produzir saúde, estamos absolutamente implicados como sujeitos de ações que nos transformam também, no mesmo movimento.
O que isto quer dizer? Simplesmente, mas com toda a potência necessária e suficiente, que produzimos o ENCONTRO com o outro, onde há um devir -outro de todos os envolvidos. Podemos cuidar e ser cuidados quando qualquer tipo de setting abre um campo de comum no contexto de cuidado.